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A chave
Sempre gostei de armazenar relíquias, conhecendo suas origens, possuiria condições de não somente interpretar a mim mesmo, como melhor entender a grande realidade de todos os tempos, que é viver dentro da magia tanto dos sonhos, quanto da imaginação, e assim, sempre com os pés no chão, encontrando energias para enxergar felicidade em cada pingo de chuva e também nos raios de sol.
Em ambiente reservado de minha propriedade, possuo itens interessantes, cujo valor sentimental agiganta-se, ante qualquer oferta financeira fosse apresentada por antiquários, Brasil afora.
São quadros, relógios de parede, bengala, cadeirinha de arruar, um dia usada para transportar parentes ancestrais, baú secular pertencente a minha bisavó materna, trazendo em uma de suas superfícies externas a marca PNL, alusivas às primeiras letras de cada um dos seus nomes, Pércia Natercia Leite.
Possuo ainda meu primeiro celular, o Motorola PT 550, luvas e camisa que usei no último confronto de futebol de salão, do qual participei como goleiro defendendo a seleção alagoana, quando da realização dos Jogos Universitários Brasileiros em Curitiba, pouco antes da colação de grau em engenharia civil.
Porém, o mais encantador para mim, são as chaves, as quais considero não como item para trancar portas ou algo que precisa estar protegido e reservado, mas por oferecer condições de, segurando-a com firmeza, conseguir projetar em simbólicas telas panorâmicas do cérebro, imagens as mais variadas, que desnudam não somente etapas existenciais, mas também trilhas traçadas por ancestrais, necessários para viver nossa realidade.
Foi em gaveta de escrivaninha pertencente ao meu bisavô paterno, por muito tempo guardado a sete chaves, onde encontrei escritos seculares, uteis a desenvolver estudos sobre a origem do nome que orgulhosamente trago, Lanverly, embasando-me a escrever texto intitulado “de onde vim”, que em breve chegará ao domínio público.
Mirando a chave da casa na Rua Santa Cruz, onde morei no Farol, que aos dezesseis anos, meus pais a mim confiaram, senti pulsar no peito a responsabilidade que o futuro de mim aguardava. Foi olhando a chave do fusquinha branco a mim ofertado por meus pais ao celebrar maior idade, que pude relembrar a imensa felicidade sentida naquela época.
Porém nunca deneguei a certeza serem as chaves, fiéis representantes do saber, a iniciação do conhecimento, possuidoras de simbologias capazes de reabrir esquadrias do passado, revitalizando o aprendizado acerca de tudo na vida.
Independente do seu estilo, tais itens constituem poderosa ferramenta de proteção contra baixas vibrações, por representar o elemento necessário para desbloquear limiares, as vezes emocional, em outras material.
Muito tempo atrás aprendi que em seu cotidiano, quando o ser humano consegue não somente ser mais um, ele faz a diferença, porém ser essencialmente diferente no que corretamente realiza, representa não somente a chave do sucesso mas, acima de tudo, da convivência com a consciência tranquila.
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