Internacional
Coreia do Norte diz que soldado americano desertou por racismo e tratamento desumano no Exército dos EUA
Agência estatal norte-coreana comentou pela primeira vez sobre o soldado Travis King, que cruzou a fronteira em 18 de julho

A Coreia do Norte anunciou, nesta quarta-feira, que o soldado americano Travis T. King, que cruzou a fronteira intercoreana em direção ao norte em 18 de julho, confessou que buscava refúgio no isolado país comunista. De acordo com a KCNA, agência estatal de notícias norte-coreana, King admitiu ter entrado ilegalmente no país para escapar da discriminação racial e do tratamento desumano dentro do Exército dos Estados Unidos.
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O relato da KCNA foi a primeira vez que a Coreia do Norte comentou o caso do soldado americano. Durante uma investigação de autoridades norte-coreanas, King confessou que havia decidido ir para o país "porque nutria ressentimentos contra maus tratos desumanos e discriminação racial dentro do Exército dos EUA”, disse a agência estatal.
King “admitiu que invadiu ilegalmente o território da RPDC”, dizendo que o fez porque “estava desiludido com a sociedade americana desigual”, completou a agência de notícias, usando a sigla de República Democrática Popular da Coreia.
O anúncio não forneceu mais detalhes sobre seu destino, incluindo seu estado de saúde ou se a Coreia do Norte planeja aceitá-lo como refugiado ou mandá-lo para um terceiro país. A Coreia do Norte disse que sua investigação continua, indicando que ainda não decidiu sobre o destino do soldado.
O Pentágono disse que King cruzou para o Norte “deliberadamente e sem autorização” depois de ultrapassar a fronteira intercoreana enquanto estava em uma excursão em grupo à Área de Segurança Conjunta, ou Panmunjom, que fica no meio da Zona Desmilitarizada que separa Norte e Sul.
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Um porta-voz do Pentágono disse na terça-feira que o Departamento de Defesa não poderia verificar os comentários que a Coreia do Norte disse terem sido feitos pelo soldado King.
— Continuamos focados em seu retorno seguro — disse o porta-voz, tenente-coronel Martin J. Meiners. — A prioridade do departamento é trazer o soldado King para casa e estamos trabalhando em todos os canais disponíveis para alcançar esse resultado.
O soldado King, de 23 anos, havia sido designado para a Coreia do Sul como membro da Equipe de Combate da Primeira Brigada, Primeira Divisão Blindada. Depois de ser libertado em julho de um centro de detenção sul-coreano, onde havia passado algum tempo sob acusações de agressão.
Ele foi escoltado por militares dos EUA ao Aeroporto Internacional de Incheon, nos arredores de Seul, em 17 de julho, para embarcar em um avião com destino aos Estados Unidos, onde esperava-se que enfrentasse uma ação disciplinar adicional. Ele nunca embarcou no avião. Em vez disso, ele pegou um ônibus de turismo para Panmunjom no dia seguinte.
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No passado, o Norte havia aceitado soldados americanos que abandonaram suas funções e chegaram ao país como desertores políticos, permitindo-lhes viver lá e até constituir família. Mas civis americanos acusados de entrada ilegal foram detidos e às vezes libertados e expulsos, ou processados e condenados a trabalhos forçados.
A Coreia do Norte usou esses soldados americanos como ferramentas de propaganda contra os EUA. Nos casos de alguns civis americanos acusados de entrada ilegal, tem os usado como moeda de troca nas negociações com Washington, com o qual não tem relações diplomáticas formais.
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