Javier Milei, candidato da extrema direita à Presidência da Argentina, já usou as redes sociais para comparar Pelé e Diego Maradona, grandes personalidades do futebol sul-americano. A surpresa é que os elogios foram direcionados ao Rei, em contraponto ao ídolo do futebol no país — a quem chamou de “Mardedroga”, que, em tradução literal, pode ser traduzida como Mar de Droga.

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Na publicação, feita em junho de 2016, Milei traz uma tabela que compara gols e títulos em Copas do Mundo dos jogadores, mas também números de categorias irônicas, como “gols feitos com a mão”, “beijos em homens na boca”, “forma física”, “overdose” e “inalação”, que aqui pode ser entendida como uso de drogas.

A tabela é fiel aos dados sobre Pelé e Maradona em campo. O Rei, de fato, tem mais Copas do Mundo e fez mais gols do que o argentino: três taças contra uma; 1.283 gols contra 345. Contudo, as informações irônicas trazidas nas categorias apenas zombam de Maradona.

Em “Gols com as mãos”, o argentino aparece com um, enquanto Pelé teria zero. No campo de “inalação”, a lacuna de Maradona é preenchida com 57 kg, frente ao zero do jogador brasileiro. A mesma ridicularização segue no restante das categorias “beijos em homens”, “forma física” e “overdose”, preenchidas com as informações “muitos”, “gordo” e 12. As respostas de Pelé, por outro lado, seriam “nenhum”, “atlético” e zero.

A provocação seria para os fãs “fanáticos” do jogador e, claro, vai além dos gramados: “Dado o seu desprezo pelos números, eles certamente são peronistas.” Milei afirma que tanto o peronismo quanto o kirchnerismo fazem parte da “casta” (elite política), a quem chamou de “parasitária” e defendeu o seu fim.

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Logo abaixo da publicação, o candidato da extrema direita afirma que a publicação “não emite juízo de valor” e que quem defende o liberalismo “deveria averiguar se quem usa drogas não vai a um hospital público”.

Apesar da histórica rivalidade entre Brasil e Argentina no futebol, Pelé e Maradona nunca se encontraram nos campos. Mesmo assim, ambos tiveram uma história intensa, com amizade, troca de farpas e reconciliação.

Maradona não viu a Argentina vencer a Copa do Mundo de 2022, no Catar. Faleceu em 2020, aos 60 anos, vítima de uma parada cardíaca. A casa do herói do futebol argentino virou um dos lugares preferidos dos torcedores para assistir aos jogos. Rei do Futebol e maior futebolista de todos os tempos, Pelé faleceu no fim do ano passado, vítima de um câncer.