Internacional
Biden viaja ao Havaí em meio a críticas sobre resposta a incêndios, que somam 850 desaparecidos
Tragédia já deixou mais de 100 mortos e é considerada o pior desastre natural da história do estado americano
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, viaja nesta segunda-feira para o Havaí em meio a uma avalanche de críticas sobre a demora na resposta do governo aos incêndios florestais, que atingem a região desde 8 de agosto. A tragédia já deixou mais de 100 mortos e 850 desaparecidos, de acordo com autoridades locais, e é considerada o pior desastre natural da história do estado e o mais letal do século XXI.
Biden voará com a primeira-dama Jill de Nevada, onde o casal estava de férias, até Lahaina, cidade histórica de 13 mil habitantes que foi devastada pelas chamas. A agenda inclui encontros com sobreviventes, equipes de resgate e autoridades regionais e avaliações sobre as condições do ar e do solo.
Às 00h30 (horário de Brasília), ele fará um pronunciamento em homenagem às vítimas e responderá às críticas sobre a gestão da tragédia, cujo alcance total da devastação ainda é desconhecido. Especialistas acreditam que a reconstrução da cidade de Lahaina, onde quase todos os prédios foram destruídos, pode levar anos.
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"Sei como a perda pode afetar profundamente uma família e uma comunidade e sei que nada pode substituir a perda de vidas", disse Biden em uma declaração antes da viagem. "Farei tudo o que estiver ao meu alcance para ajudar Maui a se recuperar e se reconstruir após essa tragédia. E em todos os nossos esforços, estamos concentrados em respeitar as terras sagradas, as culturas e as tradições."
Até o momento, 114 pessoas morreram, das quais 27 foram identificadas e 11 famílias foram notificadas, informou o prefeito do condado de Maui, Richard Bissen. O FBI está no local para ajudar na identificação das vítimas. No entanto, o calor extremo do incêndio pode impossibilitar a recuperação de alguns restos mortais.
Segundo Bissen, 850 ainda estão desaparecidos, o que é visto pelas autoridades como um sinal positivo, já que a contagem inicial continha duas mil pessoas.
— Estamos tristes e aliviados com esses números, pois continuamos o processo de resgate — disse o prefeito. — O número de identificados aumentará e o número de desaparecidos poderá diminuir.
O senador havaiano Brian Schatz disse que, até domingo, cerca de 85% da área afetada havia sido vasculhada, mas os 15% restante podem levar semanas. Segundo ele, quase duas mil pessoas continuavam sem energia e 10 mil sem conexão com a internet. A água também está imprópria para uso em em partes do lado ocidental da ilha.
Os moradores do condado reclamam que as operações de busca por desaparecidos e identificação dos corpos têm sido angustiosamente lentas. Na semana passada, o chefe da Agência Federal de Gerenciamento de Emergências de Maui pediu demissão após ter defendido a decisão de não ativar o sistema de alarme em meio ao incêndio.
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A Casa Branca nomeou nesta segunda-feira Bob Fenton, um líder regional da agência, para substitui-lo, garantindo que alguém ligado ao governo atue nos esforços de recuperação de longo prazo. Cerca de mil agentes federais estão em campo atuando nas operações no Havaí e 41 cães vasculham as áreas atingidas. Além disso, mais de US$ 8,5 milhões foram repassados pelo governo federal para ajudar as 8 mil famílias afetadas pela tragédia.
Algumas vozes críticas e a oposição republicana, que enfrentará Biden na eleição presidencial de 2024, afirmam que a ajuda foi insuficiente e mal organizada.
O ex-presidente Donald Trump chamou de "vergonhoso" que seu sucessor não tenha respondido antes à tragédia, que teve início há duas semanas. Porta-vozes da Casa Branca alegam que Biden atrasou a viagem para não distrair as autoridades e os socorristas no local.
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