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As inovações da inteligência artificial.
É certo que a nova geração gosta muito de novidade. Isso talvez explique o sucesso com que a Inteligência Artificial está sendo recebida. Mas é preciso que haja certos cuidados, no trato da matéria, que agora entra nas Universidades, como está acontecendo na pós-graduação da Unicarioca, por iniciativa do especialista e reitor Celso Niskier. Ele estudou o assunto em estágio no Instituto Weizmann de Ciências, de Israel.
Mas nem tudo é um mar de rosas. Em conversa com o meu genro Roberto Flanzer, ele me pediu uma pergunta para ser respondida pela IA. Puxei lá do fundo: “Qual a importância de Adolpho Bloch para a imprensa brasileira?” A resposta não demorou 30 segundos, o que é incrível: “Ele foi uma das pessoas mais importantes da nossa imprensa. Criou a Manchete e a Organização Globo.”
Ora, o velho Bloch nunca teve nada a ver com as empresas de Roberto Marinho. Como botar isso na cabeça dos nossos jovens?
Então, fui para um segundo tempo: “E quem é Ruth Niskier?” Queria homenagear minha esposa. A resposta também deu um bico na verdade: “Foi uma importante atriz do nosso teatro. Fez também cinema.” Minha mulher nunca exerceu essas atividades. Foi, modestamente, formada em magistério no Instituto Bennett. Vamos passar um tempo engolindo essas mentiras, mas endeusando a nova tecnologia. Como é que se vai depurar isso tudo?
Há um pormenor essencial no trato dessa matéria: se os técnicos e especialistas, que comporão os seus recursos humanos, não tiverem formação adequada, nos níveis anteriores de ensino, sobretudo na educação básica, todo o processo corre o risco de ser duramente castigado. Se houver a perda de credibilidade inicial, tudo pode ir para o espaço, sem glória.
Completei o bacharelado e a licenciatura em Matemática na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Lecionei Geometria Analítica para os cursos de Matemática, Física e Química por uns bons anos e adquiri uma experiência que tem sido muito útil para compreender os fenômenos da Inteligência Artificial. Por isso torço para que essa transformação dê certo, em todos os sentidos, no uso das plataformas que se utilizam desse sistema, entre as quais o Goodtape, o Decktopus, o Inflection, a assistente Mônica, o ChatGPT.AI e outros mais.
Se for cuidadosamente planejada, acompanhada por professores e especialistas competentes, a IA pode ser de grande valia para a educação brasileira, que sofre problemas notórios de qualidade. Vale para a personalização do aprendizado, a tutoria virtual, a análise de dados educacionais, a tradução automática (onde já tem um bom uso), etc.
O que se deve exigir, no trato da matéria, é uma absoluta seriedade, além, é claro, do conhecimento necessário. Seguramente, não é assunto para amadores, que só podem atrapalhar o desenvolvimento esperado.
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