Internacional
Prigojin 'morreu' em queda de avião em 2019, mas depois apareceu vivo
Llíder do Grupo Wagner está listado entre passageiros de uma aeronave que caiu na região de Tver, perto da aldeia de Kuzhenkino, na Rússia
O líder do grupo mercenário Wagner, Yevgeny Prigojin, foi dado como morto após uma queda de avião na República Democrática do Congo, em 11 outubro de 2019. Na ocasião, uma aeronave An-72 caiu uma hora após a decolagem do Aeroporto Internacional de Goma com dois russos a bordo. O chefe dos paramilitares foi apontado como uma das vítimas, mas depois apareceu vivo.
Yevgeny Prigojin: Líder do Grupo Wagner está em lista de passageiros de avião que caiu na Rússia
Grupo Wagner: caso de Prigojin aumenta lista de mortes suspeitas na Rússia
Prigojin novamente consta na lista de passageiros de uma aeronave que caiu. Desta vez, ele estaria a bordo de um avião que caiu na região de Tver, perto da aldeia de Kuzhenkino, na Rússia, nesta quarta-feira. Ao todo, dez pessoas morreram no acidente.
A suposta "morte" de Prigojin, em 2019, consta em um relatório da Comissão de Relações Exteriores do Congresso americano.
"Rumores apareceram na mídia russa e nas redes sociais em outubro de 2019 de que Prigojin havia morrido na queda de um avião militar russo armado na República Democrática do Congo. Nenhuma evidência jamais foi produzida para fundamentar essa afirmação. Embora Prigojin não pareça ter aparecido em público desde então, ele nunca foi uma figura muito pública. Faz sentido presumir por enquanto que ele ainda está vivo", diz o relatório publicado em julho de 2020.
O "The Telegraph" publicou uma reportagem sobre a atuação de Prigojin em países africanos, uma semana após o acidente aéreo no Congo. O jornal inglês citou uma fonte anônima do governo congolês, que disse: "Ele não entraria num avião como aquele. Este senhor é um oligarca e se viaja, viaja no seu próprio avião".
A autoridade consultada pelo The Telegraph, no entanto, confirmou que representantes do governo russo haviam solicitado uma reunião com o governo do Congo. A reportagem acrescenta que membros da Organização das Nações Unidas (ONU) tentavam identificar os mortos no acidente, que era pessoas descritas como "de origem do Leste Europeu".
Queda de avião na Rússia
Prigojin consta como um dos passageiros de um avião que caiu na Rússia, nesta quarta-feira. A informação foi dada pela imprensa russa. Vídeos compartilhados por mídias russas mostram a aeronave em chamas.
De acordo com as primeiras informações, dez pessoas que estavam a bordo da aeronave morreram. O avião voava de Moscou para São Petersburgo. Em junho, Prigojin organizou um motim, que durou menos de 24 horas. Depois, acabou exilado na Bielorrússia. Desde então, ele não era visto no país.
O Ministério das Emergências da Rússia confirmou, no Telegram, que nenhum passageiro sobreviveu. De acordo com o órgão governamental, o acidente foi com um avião Embraer Legacy.
"Na região de Tver, perto do vilarejo de Kuzhenkino, um avião Embraer Legacy caiu enquanto voava de Moscou para São Petersburgo. Havia 10 pessoas a bordo, incluindo 3 tripulantes. Segundo informações preliminares, todos a bordo morreram. O Ministério das Emergências da Rússia está conduzindo operações de busca", diz o comunicado.
De acordo com a agência Tass, o ministério abriu uma investigação para apurar as causas do acidente.
Última aparição: Líder do Wagner publica primeiro vídeo após motim contra Rússia e sugere que está na África
"Foi iniciada uma investigação à queda do Embraer na região de Tver. De acordo com a lista de passageiros, o primeiro e o último nome de Yevgeny Prigojin estão na lista", afirma a agência.
A aeronave tinha 16 anos de uso e voava regularmente. O avião foi comprado pelo Grupo Wagner em setembro de 2020, segundo o jornal russo Kommersant.
Aparição na África
Prigojin havia publicado, nesta segunda-feira, seu primeiro vídeo desde o motim fracassado contra a alta cúpula de Defesa da Rússia. O líder dos mercenários sugeria, na imagem publicada no Telegram por canais de apoiadores, que estava no continente africano.
Prigojin aparecia no vídeo usando uniforme militar camuflado, colete a prova de balas com cartuchos de munições, e segurando um fuzil nas mãos. Ao fundo, era possível ver uma caminhonete com outros homens armados.
Agências independentes não conseguiram checar a localização exata e a data onde o vídeo foi feito. Mas os canais de apoiadores do grupo Wagner no Telegram sustentavam que a gravação ocorreu em um país da África.
— A temperatura é de 50ºC, tudo como gostamos. O grupo Wagner torna a Rússia ainda maior em todos os continentes e a África, mais livre. Justiça e felicidade para o povo africano, estamos tornando a vida um pesadelo para o Estado Islâmico e para a al-Qaeda e outros bandidos — diz Prigojin no vídeo.
O líder dos mercenários acrescentou que o grupo Wagner está recrutando soldados e que vai cumprir as tarefas que foram definidas".
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