Um professor de uma escola na cidade de Lamongan, província indonésia de Java Oriental, raspou parcialmente a cabeça de 14 meninas acusadas de usar incorretamente seus véus islâmicos, informou nesta segunda-feira Hato, diretor da instituição, que como muitos indonésios só tem um nome.

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Em algumas regiões conservadoras do país asiático, cuja população muçulmana é a maior do mundo, as estudantes são aconselhadas a usar o hijab, que faz parte do uniforme do ensino público.

— Não é obrigatório que as alunas usem o hijab, mas foi aconselhado que usassem bonés para uma aparência adequada — disse o diretor à agência AFP.

Após os protestos das famílias, o diretor afirmou que "pedimos desculpas aos pais". O professor que aplicou o castigo foi suspenso, e a escola oferecerá assistência psicológica às meninas afetadas, acrescentou Hato.

— O caso de Lamongan é provavelmente o pior de intimidação visto na Indonésia — disse Andreas Harsono, da ONG Human Rights Watch na Indonésia, à AFP.

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Em Java, um pregador muçulmano foi preso neste mês por blasfêmia e outras acusações depois que seu internato permitiu que as mulheres pregassem e orassem ao lado dos homens.

Em outra província ultraconservadora, Aceh, as autoridades ordenaram recentemente que homens e mulheres sem laços estreitos de sangue ou de casamento fossem mantidos separados em veículos e espaços públicos.

A província, que fica na ponta norte da ilha de Sumatra, é a única no país que aplica a lei islâmica, a Sharia. Ela pune situações consideradas delitos, como jogos de azar, consumo de álcool e casos extraconjugais, com chicotadas em sessões públicas.

A Indonésia reconhece seis religiões e apoia uma versão mais tolerante do Islã, embora suas vertentes mais conservadoras venham ganhando espaço desde a queda do ditador secularista Suharto, no final da década de 1990.