Internacional
Trump réu: Juíza marca julgamento de ex-presidente para véspera da 'Super Terça', votação-chave de primárias eleitorais
Principal pré-candidato republicano vai se apresentar a júri em caso envolvendo sua suposta tentativa de reverter os resultados das eleições de 2020 um dia antes de mais de 10 estados votarem
O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump tem data marcada para comparecer perante o júri. A juíza distrital de Washington Tanya Chutkan, que está à frente do caso sobre a suposta conspiração do republicano para obstruir as eleições de 2020, agendou o julgamento para 4 de março de 2024 — um período chave nas eleições americanas.
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O julgamento começará exatamente um dia antes da "Super Terça", quando mais de dez estados votam nas primárias republicanas. A data foi escolhida nesta segunda-feira, após o gabinete do procurador especial Jack Smith e a defesa de Trump serem ouvidos pela magistrada. Smith pediu que o julgamento começasse em 2 de janeiro, enquanto a equipe do ex-presidente defendeu o adiamento até abril de 2026. Chutkan disse durante a audiência que nenhuma dessas propostas era “aceitável”.
A definição de cronogramas nos quatro processos criminais enfrentados pelo ex-presidente tem sido uma fonte de conflito, especialmente em meio às primárias presidenciais.
Trump tem um julgamento marcado para março por acusações de que ele falsificou registros comerciais em conexão com pagamentos secretos a uma estrela de cinema adulto em Nova York. Em maio, ele deverá ser julgado por acusações federais de ter manuseado indevidamente documentos confidenciais e conspirado para obstruir os esforços do governo para recuperá-los.
Em Atlanta, onde Trump foi recentemente indiciado por acusações relacionadas com os seus esforços para anular as eleições de 2020, a sua equipa jurídica deverá lutar contra um pedido da procuradora distrital do condado de Fulton, Fani Willis, para iniciar o julgamento em outubro. Os promotores haviam pedido originalmente uma data para o início de março, mas adiaram a decisão depois que um dos co-réus de Trump invocou seu direito a um julgamento rápido.
Trump se declarou inocente das acusações em todos os casos e denunciou todos eles como ataques com motivação política.
Data em debate
A sessão para definir a data do julgamento em Washington foi marcada por discussões acaloradas entre o advogado de Trump no caso, John Lauro, e a promotoria. A defesa de Trump tentava postergar o julgamento, sob a tese de que um prazo curto seria insuficiente para analisar as 12,8 milhões de páginas entregues como prova pela acusação.
De acordo com a promotora Molly Gaston, apesar do total de páginas apresentados, as evidências incluíam um “roteiro” para o caso do governo contido em uma versão anotada da acusação que combina as evidências com os parágrafos dos documentos de acusação. Isso faz parte de um conjunto básico de 47 mil páginas de “documentos importantes” entregues à equipe de Trump, disse Gaston.
Lauro classificou a ideia de que eles poderiam ser julgados em quatro meses como “um ultraje à justiça”. Erguendo a voz por vezes, ele argumentou que precisavam de muito mais tempo para se preparar e disse que a sugestão do governo de que já poderiam estar a rever material que as agências governamentais tinham – como os registos da Casa Branca nos Arquivos Nacionais – era “absurda e ridícula”. A certa altura, Chutkan pediu a Lauro para “baixar a temperatura”.
Em contrapartida, a promotora argumentou que a juíza deveria definir uma data assim que a defesa pudesse “razoavelmente” estar pronta, porque as postagens online de Trump atacando a integridade do tribunal e dos cidadãos de Washington corriam o risco de prejudicar o potencial júri.
(Com Bloomberg, AFP e NYT)
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