Internacional
Bernardo Arévalo denuncia plano de golpe de Estado na Guatemala
Presidente eleito acusou funcionários do Ministério Público, do Congresso Nacional e do Judiciário de orquestrarem a quebra da ordem constitucional
O presidente eleito da Guatemala, Bernardo Arévalo, afirmou que o Ministério Público, o Congresso da República e a 7ª Vara Criminal do país estão orquestrando um plano de golpe de Estado para romper a ordem constitucional e impedi-lo de assumir em janeiro de 2024.
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— Existe um grupo de políticos e funcionários corruptos que se negam a aceitar o resultado [da eleição] e colocaram em marcha um plano para romper a ordem constitucional e violar à democracia — afirmou Arévalo em uma coletiva de imprensa, quatro dias depois da Justiça suspender o Partido Semente. — Estamos vivendo um golpe de Estado em curso.
Considerado um azarão nas eleições presidenciais da Guatemala, Arévalo surpreendeu a todos quando terminou o 1º turno na 2ª colocação, ao lado da favorita Sandra Torres, ex-primeira-dama do país. Na disputa direta entre os dois, o candidato social-democrata venceu com mais de 59% dos votos.
Entre o 1º e 2º turno, no entanto, a candidatura de Arévalo esteve ameaçada, quando a 7ª Vara da instância penal ordenou a suspensão da personalidade jurídica do Movimento Semente, em uma ação comandada pelo chefe da Procuradoria Especial Contra a Impunidade (Feci) do Ministério Público guatemalteco, Rafael Curruchiche, que é sancionado pelos Estados Unidos por supostamente perseguir ex-promotores que combateram a corrupção no país.
O Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) da Guatemala garantiu a realização do 2º turno, no entanto, após a divulgação do resultado, questionamentos voltaram a atormentar Arévalo. Pouco depois da contagem das urnas, Sandra Torres denunciou uma suposta fraude no pleito.
Ainda assim, o plenário do TSE oficializou o resultado da eleição, porém, uma resolução do Cadastro de Cidadãos, um órgão técnico do tribunal, anulou a personalidade jurídica do Movimento Semente.
Ao ser inabilitado, o Semente passa a não poder realizar nenhuma atividade partidária, como emitir declarações, arrecadar verbas ou credenciar afiliados. Além disso, os 23 novos deputados do partido terão restrições de atuação no Congresso, incluindo a proibição de formar bancada, presidir comissões ou ter assessores pagos.
Há uma semana, o presidente eleito teve a segurança reforçada, a pedido da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, diante de informações sobre um possível atentado contra ele.
Em Washington, o chefe da missão eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OE) na Guatemala, Eladio Loizaga, também advertiu sobre um possível “rompimento da ordem constitucional na Guatemala", pelas ações contra o partido de Arévalo.
—A missão considera que o abuso de instrumentos jurídicos e a utilização de artifícios segue provocando alto grau de incerteza no processo e bota em risco a estabilidade democrática do país, uma situação bastante preocupante — declarou o chefe da missão.
Loizaga falou durante uma reunião extraordinária do Conselho Permanente da OEA sobre a situação na Guatemala. O chanceler guatemalteco, Mario Búcaro, participou do encontro e afirmou que o atual presidente do país, Alejandro Giammattei, permitiu eleições pacíficas e está decidido a entregar o cargo em janeiro.
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