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Ainda a inteligência artificial
Conviver com a atriz Fernanda Montenegro é um privilégio. Numa das sessões da Academia Brasileira de Letras, dela ouvi essas sábias palavras: “Educar não é só ensinar a ler e a escrever: é também ensinar a pensar e sentir o mundo de outras formas”.
Lembrei do seu pensamento ao realizar a conferência na Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, no seu Conselho de Notáveis. Falei sobre a presença da educação na Inteligência Artificial e citei os riscos das verdadeiras alucinações provocadas pelos cultores da ideia. Tive uma acurada resposta nas perguntas depois formuladas pelos Conselheiros, a partir do próprio Coordenador Bernardo Cabral, que lembrou os bons tempos do convívio com Ernani Galvêas inclusive no Conselho Superior do CIEE do Rio de Janeiro. “Falamos muito sobre estágios e aprendizagem.”
Depois foi a vez de Nelson Mello de Souza: “A IA é um passo acima da Robótica, mas pode ser também nossa grande inimiga. Com a sua vinda, proponho a elaboração de um pacto social para a educação, com as reformulações necessárias.”
Aspásia Camargo revelou estar obcecada pela IA, mas perguntou se há limites para o seu crescimento. O que está nos incomodando não é a IA, mas o problema moral e ético, como lidar com o bem e o mal. “Há como controlar as pulsões humanas?” – perguntou ela.
Olga Simbalista disse ter certeza de que a IA nos chegou via cinema. Ela provocará o aperfeiçoamento dos professores e especialistas.
A historiadora Mary Del Priori confirmou que o número de mulheres nas ciências exatas está aumentando, “apesar do sexo feminino não lidar bem com as questões tecnológicas”. José Botafogo Gonçalves manifestou-se otimista com o progresso científico e tecnológico e Rubens Cysne disse que a ciência costuma sempre ser um pouco “arrogante”: “É preciso saber utilizar os dados para chegar a uma boa educação personalizada.” Arno Wehling acredita que o ser humano vai dominar a tecnologia e Marcos Azambuja acha que, no futuro, a IA vai desaparecer e virá coisa melhor. Por fim, Marcos Faver revelou sua preocupação com o que se chamará de juiz de garantias: “Tenho receio dessa inovação.”
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