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O aniversariante
Na infância, ouvia meus pais falarem em Jayme de Altavilla, como sendo uma das referências culturais do estado. Com o decorrer das décadas, continuei a escutar comentários elogiosos a seu respeito, chegando a imaginar tratar-se de um ser eterno, para logo depois descobrir se tratar não de uma, mas duas criaturas, pai e filho, ambos com o mesmo nome, que se sucederam sempre a enaltecer a terra alagoana.
Nos últimos quinze anos, como membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, tenho tido a oportunidade de não somente conviver, mas aprender com essa figura icônica, o professor Jayme, ser humano que sabe como ninguém, fazer brilhar a estrela que lhe ilumina a jornada desde o nascimento, sem nunca deixar suas luzes derramarem alma adentro, mas sempre clareando terceiros.
Hoje vivemos a celebração de mais um aniversário do confrade Jayme de Altavilla, o Jayminho, homem que em seu caminhar conseguiu realizar o que era necessário fazer, enfrentando dificuldades, as vezes com paciência em outras nem tanto, buscando ensinar, mas também aprendendo.
Sempre soube que a troca de energia entre pessoas, ocorre basicamente através de interações, como conversa, abraço, aperto de mão, enfim, qualquer tipo de contato mantido com alguém. Dessa maneira, é possível perceber os indivíduos que nos fazem sentir exaustos com sua presença, e também os que nos enchem de luz e ânimo
Imbuído de tal pensar, a cada dia me convenço, darmos muitas voltas em nossas jornadas, durante esses giros, encontramos inúmeros indivíduos que nos marcam de forma especial. Para mim, o professor Jayme é assim, desde que o conheci em visita despretensiosa ao casarão do IHGAL, e confesso haver gostado imediatamente de sua forma de falar, agir, cuidar da mais importante casa da história das Alagoas.
Talvez por essa razão, desde então passei a considera-lo alguém importante em meu cotidiano e hoje, mais facilmente consigo entendê-lo, principalmente quando apresenta-se extremamente calmo, verdadeiro gentleman, para imediatamente, quando tomado por indignação, fazer desabrochar temperamento inflamável, demonstrando ser decidido, não ficando paralisado diante dos problemas, aos quais nunca ofereceu intimidade.
Cada dia mais compreendo se tudo fosse somente alegria, as pessoas não dariam valor à felicidade. Às vezes é preciso entristecer para deliciar-se com bom sorriso, é necessário sentir falta, para descobrir o quanto gostamos de alguém. A vida é um antes, um durante e um depois.
Por isso, importante viver o hoje, sem esquecer o ontem, e pensando no amanhã mantermos os que nos são importantes guardados no coração, e assim, com o peito repleto de esplendor, não tenho a menor dúvida tratar-se Jayme de Altavilla, de alguém merecedor de reverências.
Para ele mil parabéns, e que vivencie nova fase dourada, em que possa cada vez mais criar e recriar seu existir.
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