Internacional
Venezuela destaca 11 mil agentes para desmantelar gangue que opera desde prisão
Gangue Trem de Aragua, cujos tentáculos se expandiram para vários países da região, pratica como sequestros, roubos, drogas, prostituição e extorsão, além de exploração ilegal de ouro

Mais de 11 mil agentes das forças de segurança da Venezuela foram destacados nesta quarta-feira numa operação para “desmantelar” gangues de “crime organizado” que operam a partir de uma das prisões mais violentas do país, o Centro Penitenciário de Aragua, conhecido como Tocorón.
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“O governo da Venezuela informa que desde a madrugada está em andamento a operação Libertação Cacique Guaicaipuro, para desmantelar e acabar com as quadrilhas do crime organizado e outras redes criminosas que operam a partir do Centro Penitenciário Aragua", indicou uma nota do ministério da Informação.
A gangue Trem de Aragua recebe ordens de líderes detidos em Tocorón, conhecidos no jargão prisional como “pranes” — a prisão é conhecida por ser a “sede” da gangue. Estima-se que hoje cerca de 5 mil criminosos façam parte da Trem de Aragua, segundo uma investigação conduzida pela jornalista venezuelana Ronna Rísquez.
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— Tocorón não é uma prisão, é um refúgio — afirmou sob anonimato um funcionário da Polícia Estadual de Aragua ao site venezuelano Tal Cual.
A Trem Aragua surgiu em 2014, primeiro atuando em atividades como sequestros, roubos, drogas, prostituição e extorsão. Depois, expandiu os negócios para a exploração ilegal, em um país que possui ricas jazidas de ouro. Seus tentáculos se expandiram para vários países da região.
Festas e prostituição infantil
Marcadas por denúncias de condições precárias, as prisões da Venezuela estão superlotadas em mais de 50%, segundo o Observatório Privado Venezuelano de Prisões (OVP). Em Tocorón, centro penitenciário construído em 1982 com capacidade para 750 reclusos, estão hoje cerca de 8 mil detentos, embora não existam números oficiais a esse respeito. É considerado um dos presídios com maior superlotação no país.
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Em 2021, uma investigação da Aliança Rebelde Investiga (ARI) revelou que havia um estádio de beisebol dentro da prisão, segundo agentes de segurança e familiares de alguns presos. Tocorón também se tornou um destino atrativo para a prostituição: no local acontecem festas com menores de idade. Moradores dos bairros que trabalham para a gangue se encarregam de recrutar adolescentes.
— Também foram estabelecidos pontos em algumas praças de Maracay onde chegam veículos para buscá-las e levá-las a Tocorón — explicou um funcionário, em outra investigação realizada pela ARI.
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