Internacional
'Ataque assim é inédito', dizem especialistas sobre ação surpresa do Hamas que gerou declaração de guerra de Netanyahu
Nova ofensiva acontece cinquenta anos depois da Guerra do Yom Kippur
Exatos cinquenta anos depois da Guerra do Yom Kippur, em 1973, quando a inteligência de Israel foi acusada de não ter sido capaz de prever com eficácia o ataque de uma coalizão árabe liderada pelos vizinhos Egito e Síria, o país se encontra novamente, alertam especialistas, em situação similar.
Leia mais: Hamas usou parapentes para invadir território israelense, diz exército do país; vídeo
Entenda: Hamas faz amplo ataque surpresa contra Israel, que declara guerra
No início da manhã deste sábado, dezenas de militantes palestinos em ação comandada pelo Hamas entraram em cidades de Israel a partir da Faixa de Gaza e tomaram cidadãos como reféns. Ao mesmo tempo, mais de 2.200 foguetes, de acordo com Tel-Aviv, e 5 mil, segundo os palestinos, foram lançados a partir do território controlado pelo grupo. Esta já é considerada uma das maiores ofensivas recentes contra Israel e pelo menos 22 pessoas morreram, mas o número, dizem autoridades, deve aumentar. O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu declarou guerra e, em mensagem de vídeo, afirmou que a Faixa de Gaza pagará um "preço sem precedentes" pela ofensiva.
O último conflito de grandes proporções entre Israel e Hamas foi uma guerra de 10 dias em 2021. Na ocasião, 250 pessoas morreram em Gaza e Israel teve 13 vítimas fatais.
– Isto (o ataque deste sábado) nunca aconteceu na história de Israel. Vilas israelenses estão sob controle de fato de militantes do Hamas, que estão colocando fogo em casas e matando famílias. Foi um ataque surpresa, ninguém previu que iria acontecer – diz o especialista do Instituto do Oriente Médio, Nimrod Goren. – Tudo isso é inédito em termos de amplitude e vai contra a percepção de como estaria a situação em Gaza no momento. As pessoas achavam que ela "estava sendo gerenciada".
A operação do Hamas a partir de Gaza de fato parece ter pego Israel de surpresa. Em ataques anteriores com foguetes, havia indícios de que eles poderiam acontecer a qualquer momento. Mas desta vez o choque para a população foi maior pois governo e cidadãos não estavam esperando a ação.
– Um evento desta escala com penetração pela fronteira e para além dela é de fato inédito – diz o pesquisador sênior do Instituto para Estudos de Segurança Nacional, Kobi Michael. – Mas é muito mais do que isso. Toda a operação estava bem preparada e planejada e há grande falha da Inteligência de Israel em relação às questões operacionais.
Kobi também destaca que esta foi a primeira vez em que Netanyahu decretou guerra oficialmente contra o Hamas, e a primeira declaração oficial de guerra do país desde 1973. Nimrod afirma que ainda é preciso esperar, no entanto, pronunciamento oficial do Exército.
– Há uma diferença entre declarar guerra e o as Forças de Defesa decretarem o alerta de estado de guerra. Netanyahu afirmou que estamos em guerra, mas há também um processo formal de tomada de decisão para decretá-la. – diz Nimrod.
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