Internacional
'Um foguete do Hamas caiu a uma quadra de onde estou dormindo', relata Paola de Orte, de Tel Aviv
Aviv morava na casa que foi completamente destruída. `Perguntei como ele se sentia. Ele disse: bem. Estou vivo. Ninguém morreu. Estamos bem'.
Um foguete do Hamas caiu a uma quadra do lugar onde estou ficando. É a casa de um amigo, ele tem um mamad, o nome que se dá aos abrigos que ficam dentro do apartamento das pessoas – nem todos os israelenses têm esse tipo de bunker, os que têm são os que moram em prédios mais modernos.
O foguete, parte do ataque terrorista a Israel, que deixou centenas de mortos e feridos em ambos os lados, caiu por volta das 20h da noite do sábado no bairro de Florentin, um bairro boêmio onde moram artistas e gente alternativa em Tel Aviv. Frequentei os bares e restaurantes daquelas quadras, agora totalmente fechados, cadeiras viradas de ponta cabeça em cima das mesas nas calçadas.
Quando o foguete caiu, eu estava apurando no Norte de Tel Aviv, onde outro foguete tinha caído. Já cheguei no bairro com a notícia da queda. De manhã, desci para ver os estragos. Os destroços de uma casa que costumava ser uma galeria de arte estavam espalhados pela calçada e pela rua. Dois carros tinham as janelas quebradas.
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Curiosos passavam, e a polícia tentava fazer seu trabalho, embora todos parecessem não ter muita clareza dos próximos passos. O que eles me diziam sempre é que eu não podia ficar parada num determinado canto, tinha que ir para outro. Proibiam os curiosos de se aproximarem. Os moradores das casas podiam chegar mais perto, mas não entrar.
Lina, uma dessas moradores, me mostrou no seu celular as fotos da sua casa, completamente invadida pelos destroços do vizinho. Ela tentava entrar para ver como estava, mas diziam que ela não podia mais.
Aviv morava na casa que foi completamente destruída. Eu perguntei: você mora por aqui? Ele respondeu: morava. Ele passou a tarde bebendo café em copo de papel olhando os restos de onde morava há menos de 24 horas sendo analisados por especialistas para decidir o que fazer. Perguntei como ele se sentia. Ele disse: bem. Estou vivo. Ninguém morreu. Estamos bem.
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