A brasileira Letícia Machado, de 38 anos, se despediu do marido Dor Shomer no último domingo, um dia após a ofensiva do grupo terrorista Hamas contra Israel ter início. Na reserva desde 2006, ele foi convocado para se juntar com as tropas israelenses na fronteira com o Líbano, ao norte do país, um dos focos de tensão dos últimos dias. Mais de mil pessoas morreram no conflito.

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— Faz pouco tempo passamos agosto inteiro no Brasil de férias, com a minha família no Rio. Não acredito no que estamos vivendo hoje — lamenta a brasileira.

Nas redes, Letícia compartilhou uma foto do marido abraçado às filhas, de 9 e 6 anos, instantes antes da despedida. A família mora em Pardes Hanna, cidade nos arredores de Tel Aviv.

— Meu marido foi convocado, sem data de retorno. Tirei essa foto dele com as meninas antes dele sair. Com aquela sensação ruim e só pedindo: que não seja essa a última foto. Desde sábado é só notícia ruim e o coração apertado — disse Letícia.

— É a terceira guerra dele. Mas as anteriores foram muito diferentes dessa — completou.

Apesar da convocação do marido, a casa da brasileira ficou cheia. A eclosão do conflito com a ação do Hamas obrigou nove parentes de Shomer a deixarem suas casas nos arredores da fronteira com o Líbano e buscarem refúgio no lar de Letícia Machado e suas filhas.

— Vieram os pais dele, já idosos, a irmã dele e o esposo dela, os cinco filhos deles, mais a cachorrinha. Sai procurando colchonetes e tudo mais para todo mundo. Chegaram ontem e não sabemos até quando vão ficar. Essa é a grande pergunta: quando isso vai acabar? — lamenta ela.

Segundo Letícia Machado, os alarmes que alertam para a aproximação de foguetes tem sido com certa frequência acionados nos últimos dias. A família busca nesses momentos abrigo no bunker da residência, usado no dia a dia como quarto das filhas.

— Só quero que isso tudo acabe logo. É o meu único e sincero desejo.