Internacional
Israel afirma que não pode garantir segurança de jornalistas; guerra em Gaza já é a mais mortal para a imprensa em 3 décadas
Segundo o Comitê de Proteção aos Jornalistas, 29 profissionais perderam a vida enquanto desempenhavam a função, sendo a maioria da Palestina
Com a intensificação das operações terrestres israelenses na Faixa de Gaza nesta sexta-feira, as Forças Armadas de Israel informaram às agências internacionais que não poderão garantir a segurança dos jornalistas que estão cobrindo localmente a guerra contra o grupo terrorista Hamas. A declaração levantou preocupações por parte do Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ), que relatou em comunicado que, durante as três semanas de conflito, 29 profissionais perderam a vida enquanto desempenhavam a função, tornando este o período mais mortal para jornalistas em três décadas.
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A maioria das vítimas (24) era da Palestina, mas também havia jornalistas israelenses e libaneses entre os mortos, diz o CPJ.
"Esse alto número de vítimas está acompanhado de assédio, detenções e outras obstruções à reportagem em áreas que incluem a Cisjordânia e Israel", acrescentou o órgão. "À medida que a capacidade dos jornalistas de coletar notícias e obter relatos de testemunhas se torna cada vez mais limitada, a capacidade do público de saber e entender o que está acontecendo neste conflito é gravemente comprometida, com possíveis repercussões em todo o mundo", alertou.
Segundo as agências de notícias Reuters e AFP, as Forças Armadas israelenses afirmaram que não podem garantir a segurança dos jornalistas que relatam de Gaza, alegando que o Hamas "deslocou deliberadamente operações militares perto de jornalistas e civis". O Hamas, por sua vez, não respondeu às alegações.
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"A situação no terreno é terrível, e a relutância das Forças Armadas de Israel em dar garantias sobre a segurança do nosso pessoal ameaça a sua capacidade de transmitir notícias sobre este conflito sem medo de serem feridos ou mortos", explicou a Reuters num comunicado.
A AFP também se manifestou, alertando para a situação "incrivelmente precária" dos profissionais, que estão "trabalhando em condições extremamente perigosas", segundo o diretor da agência, Phil Chetwynd.
Bloqueio nas comunicações
Além disso, o CPJ também expressou grande preocupação com relatos de um bloqueio de telecomunicações em Gaza, que foram gravemente interrompidas devido a ataques aéreos israelenses. Duas grandes redes móveis palestinas, Jawwal e Paltel, afirmaram que as suas linhas telefônicas e serviços de Internet caíram após os intensos bombardeios.
"O pesado bombardeio das últimas horas resultou na destruição de todas as rotas internacionais restantes que ligam Gaza ao mundo exterior", disse a Paltel no Facebook. "Esta destruição se soma às que foram anteriormente destruídas durante a agressão em curso, que levou à interrupção de todos os serviços de comunicação da nossa querida Faixa de Gaza."
O bloqueio quase total também gerou preocupações de que possa encobrir "atrocidades em larga escala" e contribuir para a impunidade em meio aos incessantes bombardeios israelenses. Organizações de direitos humanos como a Human Rights Watch (HRW) e a Anistia Internacional (AI) perderam contato com seu pessoal na região, tornando mais difícil obter informações sobre violações de direitos humanos e crimes de guerra contra civis palestinos.
Além disso, a Organização das Nações Unidas (ONU) também perdeu contato com suas equipes do Fundo para a Infância (Unicef) e da Organização Mundial de Saúde (OMS) em Gaza, aumentando as preocupações sobre as operações humanitárias e hospitalares.
À medida que Israel intensifica sua ofensiva, a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, votou nesta sexta-feira esmagadoramente a favor de uma resolução não vinculativa que apela a um cessar-fogo imediato no conflito. A resolução foi apresentada por um grupo de nações árabes lideradas pela Jordânia e copatrocinada por mais de 45 países, mas tem caráter recomendativo, isto é, não há obrigatoriedade em seguir os pontos acordados. (Com agências internacionais.)
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