Internacional
Sistema de ajuda para Gaza está 'condenado ao fracasso', diz diretor da agência da ONU para os palestinos
Philippe Lazzarini, que comanda a UNRWA, falou ao Conselho de Segurança nesta segunda-feira (30), lembrando que instituição perdeu 64 funcionários desde o início do conflito
O atual sistema de ajuda à Faixa de Gaza pela passagem fronteiriça de Rafah está "condenado ao fracasso", advertiu, nesta segunda-feira (30), o diretor da agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA), denunciando o que chamou de "castigo coletivo" imposto por Israel.
- Sejamos claros: o punhado de comboios autorizados através de Rafah não é nada comparado às necessidades de mais de dois milhões de pessoas presas em Gaza - disse Philippe Lazzarini, pedindo ajuda aos membros do Conselho de Segurança e exigindo um "cessar-fogo humanitário imediato".
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Lazzarini lembrou que deve haver, por parte de Israel, mas sem citá-lo, um "estrito respeito ao direito internacional", disse ao Conselho de Segurança, que tem sido incapaz de adotar uma resolução de condenação do conflito e exigir um cessar-fogo humanitário, devido ao veto americano.
- Não é uma opção, é uma obrigação - afirmou.
Da mesma forma, instou um fluxo de ajuda humanitária de forma "segura substancial e contínua", inclusive o combustível, que Israel impede porque pode servir ao Hamas.
- Os atentados horríveis executados pelo Hamas em 7 de outubro em Israel foram chocantes. Os bombardeios incessantes das forças israelenses contra a Faixa de Gaza são chocantes - disse ao Conselho de Segurança, que convocou uma reunião de emergência para analisar a situação de mais de dois milhões de habitantes de Gaza, que estão sendo "desumanizados", segundo Lazzarini. - Não há lugar seguro em Gaza - repetiu.
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Mais de 670 mil deslocados estão refugiados em escolas e prédios da UNWRA, vivendo em condições "angustiantes e insalubres", com alimentos e água limitados, dormindo no chão com sem colchonete ou ao ar livre.
- A fome e o desespero estão se tornando revolta contra a comunidade internacional e esta é representada pela UNWRA - lembrou.
Segundo a ONG Save the Children, 3.200 menores morreram em bombardeios israelenses em Gaza em três semanas, lembrou, antes de alertar que 70% dos mortos na Faixa de Gaza são menores e mulheres.
- Não pode ser um dano colateral - denunciou, antes de alertar que "outra crise está se desenrolando na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental", onde 115 palestinos morreram, entre os quais 33 crianças, desde 7 de outubro.
Após lembrar que "perdeu 64 colegas em três semanas" - o último, Samir, morreu nesta segunda com sua esposa e oito filhos - as "atrocidades não absolvem o Estado de Israel de suas obrigações sob o direito internacional", advertiu Lazzarini.
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