A explosão numa mina do grupo ArcelorMittal, no Cazaquistão, custou a vida de 46 mineiros, anunciaram nesta terça-feira as autoridades locais, depois de terem encontrado o corpo da última vítima do pior acidente industrial do país, desde a independência da antiga União Soviética (URSS).

“Os corpos de 45 mineiros e os restos mortais da 46ª vítima provável foram encontrados”, disse o ministro para Situações de Emergência, Syrym Charipkhanov, em uma reunião com o governo.

A explosão de gás grisu ocorreu na mina Kostenko, na cidade de Karaganda, na noite de sexta para sábado e se espalhou por uma área de dois quilômetros.

No momento do evento havia 252 mineiros no subsolo, dos quais 206 conseguiram subir à superfície.

Após o acontecimento, o governo anunciou um acordo com a ArcelorMittal para nacionalizar a subsidiária cazaque da gigante siderúrgica, regularmente acusada de não respeitar as normas de segurança e ambientais naquele país da Ásia Central.

“A empresa não cumpriu as suas obrigações”, denunciou o primeiro-ministro, Alikhan Smailov.

“Essa tragédia está diretamente ligada às violações da segurança industrial”, acrescentou o dirigente. Os sindicatos também exijam um controle governamental mais rigoroso.

Desde a queda da URSS, em 1991, cerca de 200 mineiros perderam a vida no Cazaquistão, a grande maioria nas instalações da ArcelorMittal, que entrou no país em 1995 e geriu cerca de 15 fábricas e minas no país.