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No Japão, sequestrador ancião tinha ‘ressentimento’ em relação à agência de correios onde manteve duas reféns

Agência O Globo - 01/11/2023
No Japão, sequestrador ancião tinha ‘ressentimento’ em relação à agência de correios onde manteve duas reféns

A polícia japonesa ainda investiga as razões que levaram um homem armado, de 86 anos, a manter duas mulheres como reféns, durante horas numa agência de correios, da qual guardava “rancor”.

Tsuneo Suzuki foi preso, na noite de terça-feira, no município de Warabi, nos arredores de Tóquio. Antes do sequestro, ele supostamente ateou fogo a sua casa e atirou contra um hospital.

Duas pessoas ficaram feridas no hospital de Saitama, enquanto as duas reféns nos correios saíram ilesas, após oito horas nas mãos do sequestrador.

A mídia local afirma que Suzuki guardava “rancor” dos correios e estava zangado com um médico do hospital.

Suzuki tinha uma arma amarrada com uma corda no pescoço, mas também duas facas, um recipiente de 18 litros e duas garrafas com um líquido não especificado, segundo vários meios de comunicação, incluindo a televisão Asahi.

A polícia prendeu o ancião, depois que uma refém foi libertada e a outra conseguiu escapar sozinha.

A imprensa japonesa afirma, ainda, que o idoso admitiu ter incendiado o apartamento onde vivia sozinho.

Os vizinhos o descreveram como uma pessoa amigável. “Nunca vi uma arma ou algo perigoso” em sua casa, disse um de seus amigos ao jornal Asahi Shimbun.

No Japão, mais de 10% da população tem 80 anos ou mais. Uma parte crescente dessa população idosa vive sozinha e perde contato com suas famílias.

O crime violento é raro no arquipélago, com uma baixa taxa de homicídios e uma legislação muito rigorosa sobre armas de fogo.

Mas nos últimos tempos vários ataques abalaram o país, como o assassinato, em Julho de 2022, do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, com uma arma de fogo artesanal, durante um evento de campanha eleitoral.

Em Abril, o atual primeiro-ministro, Fumio Kishida, foi alvo de um ataque com um dispositivo explosivo caseiro num outro evento eleitoral, do qual saiu ileso.