Internacional
De volta a kibutz destruído pelo Hamas, mãe israelense teme pelos filhos sequestrados
Os kibutzim, que significam "conjunto" foram um dos principais alvos do grupo terrorista Hamas, durante seu ataque em 7 de outubro; Israel estima que há pelo menos 240 reféns em Gaza
Ao lado das casas incendiadas do kibutz israelense Nir Oz, perto da fronteira com Gaza, os moradores se desesperam com o destino dos seus entes queridos sequestrados há mais de três semanas pelo Hamas. Hadas Kalderon diz que a sua mãe e a sua sobrinha foram assassinadas e o seu filho de 12 anos e a sua filha de 16 foram capturados durante o ataque do grupo terrorista, que cruzou a fronteira do enclave palestino em 7 de outubro.
O que é um Kibutz? Entenda o funcionamento da estrutura rural de Israel
Acompanhe ao vivo: Conflito já deixou quase 10 mil mortos: são 8,525 mil do lado palestino e cerca de 1.400 em Israel
Kalderon viveu duas décadas na pequena comunidade rural, que foi devastada. Dos seus 400 habitantes, o Exército de Israel calcula que pelo menos 100 morreram e outros 80 foram sequestrados. Os kibutzim, que em hebraico significam “conjunto” ou “assembleia”, são comunidades onde as pessoas vivem, trabalham e produzem em conjunto. Surgiram no século XX, calcados em princípios igualitários e comunais, com bens e meios de produção de propriedade coletiva. Sua economia, no início, era essencialmente agrícola, embora atualmente representem menos de 2% da população
— Não importa o que fizermos, eles correm um perigo enorme — diz a mulher de 56 anos, ao visitar o kibutz onde várias casas foram incendiadas, acrescentando: — Quero acreditar que os nossos militares e o nosso governo sabem o que estão fazendo.
A mulher desabafa:
— Não tenho controle nem conhecimento sobre as ações militares. Sei apenas que meus filhos ainda estão lá no meio de uma guerra.
As autoridades israelenses afirmam que mais de 1.400 pessoas morreram desde o ataque terrorista — o pior da história do Estado judeu em 50 anos — em dezenas de comunidades e postos militares perto do enclave palestino. Os ataques israelenses em resposta mataram 8.525 pessoas, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, cujo território é controlado pelo Hamas desde 2007.
'Cada dia é pior do que o anterior': Shahed al-Banna, de 18 anos, conta como está a vida dos brasileiros que esperam sair de Gaza para o Egito
Os terroristas também capturaram ao menos 240 reféns, segundo Israel. As famílias estão cada vez mais preocupadas, especialmente com a intensificação dos bombardeios de Israel no enclave e a incursão terrestre das suas tropas.
Nesta terça-feira, tanques israelenses entraram no distrito de Zaytun, na periferia sul da Cidade de Gaza, cortando uma estrada importante que liga o norte ao sul do território palestino devastado pela guerra. Um morador, que não quis ser identificado, conta que os blindados atiravam "em qualquer veículo que tentava passar pela estrada”. Segundo a imprensa do país, já há mais de dez mil militares israelenses no enclave — 360 mil soldados foram mobilizados após os ataques terroristas.
Em uma conversa com jornalistas durante uma visita ao kibutz, organizada pelo Exército no último dia 19, Kalderon relata que o mais importante deve ser "devolvê-los para casa em segurança".
— Cheguem a um acordo imediatamente, não esperem — enfatiza.
'Nossos vizinhos'
O Hamas libertou quatro mulheres, incluindo duas idosas do kibutz Nir Oz. As primeiras Judith Raanan, de 59 anos, e Natalie Raanan, de 17, mãe e filha, respectivamente, seguidas por Nurit Yitzhak, de 80 anos, e Yocheved Levschitz, de 85 anos. Na segunda-feira, o Exército israelense disse que resgatou uma soldado detida em território palestino.
Em meio a uma crise humanitária em Gaza, onde vivem 2,3 milhões de pessoas, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, descartou um cessar-fogo com o Hamas e exigiu a libertação incondicional de todos os reféns.
— Pedir um cessar-fogo é pedir que Israel se renda à barbárie e ao terrorismo, e isso não vai acontecer — declarou ele no sábado, ao passo que no domingo afirmara que uma nova “etapa” numa guerra “longa e difícil” estava começando. — A Bíblia diz que há um momento para a guerra, e este é o momento da guerra da civilização contra a barbárie.
Guerra Israel x Hamas: Bombardeio israelense no maior campo de refugiados de Gaza mata comandante do Hamas e deixa 50 mortos
A apenas dois quilômetros da fronteira de Gaza, o bombardeio incessante pode ser ouvido a partir de Nir Oz, onde os soldados estabeleceram novos postos militares. Os sobreviventes do ataque foram retirados do kibutz, mas alguns foram autorizados a retornar brevemente. Ran Pauker, de 86 anos, foi poupado do ataque porque estava visitando a casa de sua filha no município vizinho de Sderot.
— Estou muito preocupado porque o nosso governo se esqueceu de nós. Eles não cuidaram de nós e espero que os massacres acabem — explica, e defende: --- Temos que resolver o problema com os palestinos, com nossos vizinhos. Sem isso, nunca haverá paz".
Mais lidas
-
1ASSASSINATO
Homem é morto a tiros na Cafurna em Palmeira dos Índios
-
2BRIGA CONTINUA
Luísa Duarte dá publicidade inédita ao repasse do duodécimo de R$ 765 mil; valor expõe sobra de mais ou menos R$ 420 mil na Câmara
-
3HUMILHAÇÃO
CSE em crise: Ex-Prefeito, Prefeita Luisa Duarte e Vice Sheila abandonam time na torcida em campo e no bolso
-
4PALMEIRA DOS ÍNDIOS
Luisa Duarte confirma Genivaldo Dindor para compor o secretariado
-
5LEGISLATIVO
Câmara de Vereadores de Palmeira dos Índios realiza cinco sessões extraordinárias nesta segunda-feira (20)