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Oráculo estudantil à magistratura
Parodiando o jurista alemão Rudolf von Ihering: “O fim do direito é a paz, o meio que se serve para consegui-lo é a luta. Enquanto o direito estiver sujeito às ameaças da injustiça - e isso perdurará enquanto o mundo é mundo -, e ele não poderá prescindir da luta. A vida do direito é a luta: luta dos povos, dos governos, das classes sociais, dos indivíduos”.
Na aurora da década de sessenta, cheguei à CESA - Casa dos Estudantes Secundaristas de Alagoas, localizada no epicentro da rua do Comércio, trazido pelo meu irmão Cícero Veiga da Rocha oriundo de minha Paulo Jacinto. À época, tesoureiro daquele sodalício. Cícero, em 1968, migrou à Terra de Tobias Barreto. Lá, como exímio economista exercera cargos relevantes nos governos de Augusto/ Albano Franco.
Notadamente, o muriciense Diógenes Tenório de Albuquerque, oráculo estudantil, administrava a velha UESA, que, por sua vez, abrigava dezenas de estudantes vindos do hinterland alagoano. Dentre eles, os jornalistas: Antônio Sapucaia, Zito Cabral, Valmir Calheiros, Albérico Cordeiro e tantos outros. A Sorbonne alagoana serviu de apoio às aspirações de dezenas de jovens querendo vencer na bela capital.
Diógenes Tenório, voltou à terrinha para se eleger vereador na legislatura (1971 a 1973). Bacharelou-se em Direito pela vetusta Faculdade da UFAL (1974). Depois, submeteu-se a concurso público para Juiz de Direito obtendo êxito. Abrilhantou as comarcas de Olho D’Água das Flores, Santana do Ipanema, Batalha, Arapiraca como Juiz titular. Fez uso da toga, a fim de prolatar dezenas de sentenças recheadas de justiça àqueles que o demandavam às suas reivindicações.
Convocado pelo Egrégio Tribunal de Justiça de Alagoas, prestou por vários anos serviço à Presidência da Corte. Ex-Juiz de Direito - coordenou o Serviço de Apoio e Orientação Forense, com operatividade junto à Corregedoria Geral da Justiça de Alagoas. Cumprida sua bem-sucedida trajetória laboral, requereu sua aposentadoria por merecimento e probidade pública.
MURICI. Essa cidade me vence /E de tal modo me envolve/ Que já não sei se a habito/ Ou se é ela que vive em mim. Diogénes Tenório de Albuquerque Júnior In: O Clamor das Pedras, 1997, p.48 Pai e filho irmanados no amor à terra-mãe do genitor através da poesia. Dioginho nasceu em Maceió sem perder de vista sua origem interiorana. À época, não existia maternidade na pátria de ambos.
Semana pretérita, reencontrei o Dr. Diógenes Tenório de Albuquerque no Shopping Maceió. Desprovido de elegante terno, acoplado à gravata italiana. À procura de entretenimento social. Indaguei-o: amabilíssimo magistrado, como vai sua digníssima pessoa? “Veiga, desfrutando das benesses de merecida aposentadoria”. Continua o mesmo cidadão, amante do vernáculo herdado de Camões e Bilac.
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