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A perda de Danilo Miranda

Durante quase 40 anos, Danilo Santos de Miranda comandou as atividades do SESC São Paulo. Foi o braço direito de Abram Szajmann na direção da entidade, com feitos extraordinários para a cultura do país.
De causa desconhecida, veio a falecer, deixando órfãos seus familiares e amigos. Era uma figura extremamente simpática, doce no trato, que marcou presença, pelos seus feitos, na cena cultural, como foi o caso dos vitoriosos Sesc. Tinha orgulho de ser natural da cidade fluminense de Campos dos Goitacazes, onde nasceu em 1943.
A família o induziu a estudar para padre, em Friburgo, depois Itaici(SP). Abandonou a batina aos 24 anos. Passou num concurso para orientador social do Sesc, do qual se tornou diretor regional desde 1984, com uma carreira brilhante, grandemente impulsionada pela sua formação em filosofia e sociologia.
Para a atriz Bia Lessa, Danilo era doce e implacável, na defesa dos seus princípios. Foi enterrado com a bandeira do seu Fluminense querido.
Muitas vezes foi cotado para ser Ministro da Cultura. Não sabemos o que teria sido a sua gestão. Possivelmente, faria o sucesso de sempre. Tinha um acentuado espírito empreendedor e uma notória visão humanista. Foi, enfim, o principal gestor cultural do nosso País.
Esporte, lazer, arte e alimentação firmaram o embasamento dos muitos Sesc por ele inaugurado no Estado de São Paulo, em meio a uma carência que ele soube enfrentar com coragem e competência. O seu campo de atuação ia do erudito ao popular, com um apreciável perfeccionismo.
Para a Ministra da Cultura, Margareth Menezes, Danilo reinventou a forma de fazer cultura no Brasil. Ele trouxe a causa indígena para dentro do Sesc e a luta contra o racismo está presente em todas as suas unidades. Cultura e Arte vão dever muito a ele.
Das 41 unidades do Sesc/SP, na gestão de Danilo foram inauguradas nada menos de 26(21 são teatros). Uma prova da qualidade do seu trabalho.
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