Internacional
Comissão Europeia recomenda início de negociações para adesão da Ucrânia ao bloco
Processo de adesão formal, no entanto, exige complexas negociações e pode levar anos
A Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia (UE), recomendou nesta quarta-feira o início das negociações de adesão da Ucrânia ao bloco, anunciou a presidente da instituição, Ursula von der Leyen. A Comissão também recomendou a abertura das negociações com a Moldávia e passou a considerar a Geórgia um país candidato à entrada no bloco, que hoje conta com 27 países.
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A Ucrânia apresentou o seu pedido de adesão apenas cinco dias após a invasão da Rússia em seu território, em fevereiro do ano passado. Um mês depois, o país foi oficialmente reconhecido como candidato à integração ao bloco. O processo de adesão formal, no entanto, exige complexas negociações entre os países postulantes e as instituições da União Europeia, e pode se estender por até dez anos.
— Hoje é um dia histórico — disse Von der Leyen em uma coletiva de imprensa. — A Ucrânia continua enfrentando enormes dificuldades e a tragédia provocada pela guerra de agressão da Rússia.
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Em junho, quando a Comissão recomendou a candidatura, Von der Leyen afirmou que Kiev já implementara cerca de 70% das regras, normas e padrões continentais, mas "grandes mudanças adicionais seriam necessárias". São avaliados temas como como governança, justiça e economia e a capacidade de possíveis novos membros se adaptarem aos padrões do bloco.
Agora, as recomendações da Comissão serão agora submetidas a votação dos líderes dos países-membros do bloco em uma cúpula prevista para dezembro, em Bruxelas.
Dentro do bloco, no entanto, há divergências. Enquanto alguns países defendem a importância do gesto, um endosso simbólico aos esforços ucranianos para fazer frente aos ataques russos, outros como argumentam que o país está muito longe do necessário para entrar de vez na órbita europeia.
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Fila de espera
O Produto Interno Bruto per capita ucraniano era, mesmo antes da guerra, próximo de US$ 4,8 mil, metade do registrado pela Bulgária, o sócio mais pobre da UE. Kiev também fica aquém no que diz respeito à democracia: aparece na 122ᵃ de 180 posições no informe da Transparência internacional sobre corrupção e é classificada como um país "parcialmente livre" pela Freedom House, organização internacional que zela pelas liberdades políticas e individuais em todo o mundo.
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Também há o temor que o aceno a Kiev force Bruxelas a fazer o mesmo com outros países que tentem buscar a adesão, como as nações dos Bálcãs, a Albânia e a Macedônia do Norte.
Alguns países aguardam há anos para entrar no bloco. A Turquia se candidatou em 1987, mas ainda não é um país-membro. Desde 1999, Ancara teve a candidatura oficializada, mas o processo não avançou. A Turquia sob o governo do presidente Recep Tayyip Erdogan implementou uma série de reformas para tentar aproximar o país das exigências do bloco, mas as constantes denúncias de violações de direitos humanos do regime turco estão entre os obstáculos apontados por analistas.
A Albânia foi, por sua vez, foi reconhecida como país candidato em 2003 e iniciou as negociações formais em 2009, que ainda não foram concluídas. Montenegro, Sérvia e Macedônia também esperam na fila.
No caso da Bósnia, um documento da Comissão divulgado nesta quarta-feira recomendou o início das convenções apenas depois de o país avançar com um plano de reformas.
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