Internacional
Guerra entre Israel e Hamas completa cinco semanas com milhares nas ruas para exigir que governo Netanyahu liberte reféns
Na cidade costeira de Caesarea, onde se localiza a residência de do primeiro-ministro israelense, manifestantes pediram sua renúncia
Milhares de israelenses se manifestaram em várias cidades do país no sábado à noite para exigir do governo de Benjamin Netanyahu que garanta a libertação das pessoas feitas reféns pelo grupo fundamentalista islâmico Hamas no ataque terrorista de 7 de outubro. Segundo autoridades israelenses, além dos 1,2 mil mortos no massacre (número rebaixado da contagem anterior de 1,4 mil), 239 pessoas foram levadas para a Faixa de Gaza, e há 40 desaparecidos. Desde o ataque, somente quatro reféns foram libertados pelo Hamas.
Guerra Israel x Hamas: Acompanhe as últimas notícias em tempo real
Terroristas com uniforme militar, corpos mutilados: Por que Israel reduziu número de mortos no ataque do Hamas em 7 de outubro
O principal ato ocorreu em frente ao Museu Tel Aviv, local agora apelidado de "Praça dos Reféns" pelos manifestantes, com discursos do ex-presidente Reuven Rivlin, ex-ministro da Educação Shay Piron, e representantes das famílias dos reféns. Os manifestantes marcaram o aniversário de Sasha Tropanov, uma moradora de Tel Aviv que foi sequestrada no kibbutz Nir Oz juntamente com sua avó, mãe e namorada.
— Nos perguntam a quem dirigimos nossa raiva, e é a toda Humanidade, mas principalmente àqueles que são responsáveis por nós — disse Jacky Levy, parceiro de Noam Dan, cuja família também foi levada de Nir Oz, ao jornal israelense Haaretz. — Eles não podem nos pedir 'confiem em nós', quando essa frase não tem mais nenhum sentido desde 7 de outubro.
Veja vídeo: Familiares de reféns do Hamas protestam contra Netanyahu em Jerusalém
Jornal: Netanyahu rejeitou cessar-fogo em troca da libertação de reféns no começo da guerra
O tom de várias pessoas na manifestação, aponta o jornal israelense foi: "Traga-os para casa".
— Não me fale de conquista, de arrasar [Gaza]. Pare de falar — disse Noam Perry, filha de Haim, 79, sequestrado de Nir, acrescentando: — Apenas aja... traga-os para casa agora.
Pedido de renúncia
Pressão: Milhares de israelenses protestam contra Netanyahu, que vê sua popularidade despencar em meio ao conflito em Gaza
Os protestos contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, têm aumentado nos últimos dias, alimentados, além das críticas pelos reféns, pela sensação de falta de segurança. Na cidade costeira de Caesarea, onde se localiza a residência de Netanyahu, manifestantes pediram sua renúncia.
Tensão: Israel adverte Hezbollah e diz que Líbano pode se tornar 'nova Faixa de Gaza'
"A cada minuto que passa aumenta a raiva contra o réu [Netanyahu, que é julgado por corrupção], que, depois de 34 dias continua a fracassar em libertar os reféns, restaurar as comunidades perto de Gaza, permitir aos moradores do norte [perto da fronteira do Líbano] que retornem a suas casas e apoiar os soldados e comandantes das Forças Armadas que lutam contra o Hamas," disseram os organizações no convite ao ato, segundo o Haaretz.
Na cidade de Haifa, no norte, manifestantes leram os nomes daqueles assassinados pelo Hamas e dos sequestrados para Gaza. Depois, seguiram para o ato em Caesarea. Também houve concentrações na Praça Paris, em Jerusalém, cuja parte oriental é reivindicada pelos palestinos em eventual futuro Estado, e em Be'er Sheva e Eilat.
Drama: Hospital em Gaza sofre 'cerco total' de Israel e bebê prematuro morre após queda de energia; civis são alvejados, diz ONG
Na quinta-feira, dezenas de manifestantes, entre eles familiares de reféns do Hamas, protestaram em frente à casa do bilionário Simon Falic, em Jerusalém, local onde Netanyahu tem se hospedado nas últimas semanas. No fim de semana passado, milhares de pessoas tomaram as ruas de Tel Aviv, Haifa, Beersheba e Eilat para protestar contra o primeiro-ministro.
Popularidade em queda
À frente do governo mais à direita na História de Israel, Netanyahu — que já enfrenta problemas jurídicos e políticos — terá uma tarefa difícil para se manter no poder ao final do conflito, apontam analistas.
Se sua popularidade já não era das melhores antes da guerra (mesmo entre eleitores do Likud, partido que lidera), agora 73% da população não o veem como a pessoa certa para governar Israel, mostrou a sondagem do Instituto de Pesquisa Lazar, publicada há pouco mais de uma semana. Uma outra pesquisa, esta do Canal 13 de Israel, divulgada no sábado passado, revelou que 76% dos entrevistados acreditam que Netanyahu deveria renunciar, e 64% apoiam a realização de eleições imediatamente após a guerra.
A maior parte da frustração atual do público com Netanyahu se deve, sobretudo, à sua recusa em pedir desculpas pelo fracasso de Israel em prever ou impedir o ataque. Na sondagem do Canal 13, 80% dos israelenses desejam que ele assuma a responsabilidade pelas falhas de inteligência e segurança (reconhecidas pelas agências militares de Israel, mas não por ele) que antecederam a invasão. (Com agências internacionais.)
Mais lidas
-
1NA JUSTIÇA
Com apenas 23 dias de gestão, novo prefeito de Estrela de Alagoas já enfrenta denúncia no Ministério Público
-
2PALMEIRA DOS ÍNDIOS
Prefeita Luísa Duarte anuncia novas nomeações para cargos na administração municipal; veja os nomes
-
3USINA DE VOTOS
Em Palmeira dos Índios, mais da metade da população depende do Bolsa Família e há temor de uso eleitoreiro para 2026, com ex-imperador na disputa
-
4DISCRIMINAÇÃO
Professor Cosme Rogério expõe racismo estrutural no PT de Palmeira dos Índios
-
5POLÊMICA
Vereador Helenildo Neto alerta sobre recadastramento do Bolsa Família em Palmeira dos Índios