Brasil
Traficante do Complexo do Alemão é um dos alvos da PF em operação que mira contrabando internacional de armas
Fhillip da Silva Gregório, o Professor, é apontado como o responsável pela aquisição e transporte de pistolas e fuzis para maior facção do Rio
Apontado como o responsável pela aquisição e transporte de pistolas e fuzis para maior facção criminosa do Rio, Fhillip da Silva Gregório, o Professor, é um dos alvos da operação da Polícia Federal deflagrada nesta terça-feira contra o tráfico internacional de armas. De acordo com as investigações, ele seria um dos suspeitos de participação em um esquema ilegal de importação de cerca de 43 mil desses materiais bélicos que foram vendidos a quadrilhas de traficantes nos últimos três anos.
Contra Professor, que tem como base o Complexo do Alemão, na Zona Norte da cidade, foi expedido um mandado de prisão preventiva no inquérito que identificou movimentação financeira de R$ 1,2 bilhão pela quadrilha em três anos. Ele ainda não foi localizado e é considerado foragido.
O traficante já havia sido preso pela PF, em 2015, por contrabando de drogas e armas. Na época, as investigações mostraram que ele tinha contatos comerciais no Paraguai, Peru, Bolívia e Colômbia. Condenado a 14 anos, deixou a cadeia em 2018, após receber o benefício da Visita Periódica ao Lar e não mais retornar ao Instituto Penal Edgard Costa.
De acordo com o delegado Flávio Márcio Albergaria Silva, superintendente da PF na Bahia, as investigações tiveram início quando duas pessoas foram presas com 23 pistolas e dois fuzis com indícios de adulteração, além de munições e carregadores, em 2020.
Na ocasião, o armamento estava com a numeração raspada, mas os peritos conseguiram identificar que ele havia sido fabricado na Croácia. A partir de então, as investigações avançaram no sentido de apontar que o argentino Diego Hernan Dirísio era o responsável por operar a importação do material.
Com o decorrer do inquérito, foi descoberto que a empresa de Dirísio importou para o Paraguai milhares de pistolas, munições e fuzis de vários fabricantes europeus sediados além da Croácia, na Turquia, República Tcheca e Eslovênia.
— Ele é o dono da empresa, que coordena todas as atuações da empresa, fazia as tratativas diretas para a venda e revenda com ciência de que essas armas deveriam ser raspadas e destinadas ao crime organizado. Foram cerca de 43 mil nessa situação, desde 2020 — explicou Albergaria.
Após chegarem em Assunção, capital paraguaia, as armas tinham a numeração raspadas e até recebiam logotipos de outras indústrias a fim de despistar os investigadores e eram então repassadas para as principais facções criminosas brasileiras — Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comanda da Capital (PCC). Segundo a PF, desde 2020, 659 fuzis e pistolas entregues pelo grupo aos criminosos foram apreendidas em dez estados brasileiro.
— Essa ação com Paraguai fará com que as duas maiores facções brasileiras, que eram destinatárias principais dessas armas ilegais, tenham o fechamento dessa via logística para a realização dessas operações — afirmou o ministro da Justiça, Flavio Dino, em coletiva de imprensa.
Segundo a PF, ao todo, são cumpridos 31 mandados de prisão (preventivas ou temporárias) e outros 54 mandados de busca e apreensão no Brasil, Paraguai e Estados Unidos. A operação contou com a cooperação internacional da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (SENAD/PY) e com o Ministério Público do Paraguai.
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