Brasil
Matador de aluguel sérvio executado em SP matou guarda-costas de líder de clã mafioso antes de desaparecer há 10 anos
Caso aconteceu em dezembro de 2014 em meio a disputa local entre criminosos; policiais suspeitavam que ele estava no Leste Europeu
O sérvio Darko Gleiser, que por anos viveu no Brasil com a identidade falsa do esloveno Dejan Kovac, era um foragido da Justiça de seu país e um matador de aluguel que atuava para clãs da máfia local. Há cerca de 10 anos, em dezembro de 2014, ele disparou contra Andrija Mrdak, guarda-costas e número um de Armin Musa Osmanagić, na época, líder de um dos principais clãs mafiosos de Montenegro.
Mrdak foi assassinado na frente de uma penitenciária de Montenegro, onde havia ido visitar o irmão, preso por homicídio. Segundo a polícia, em frente ao portão, duas pessoas em uma moto aguardavam o homem, que chegou ao local em um Audi blindado, acompanhado da cunhada. Os tiros foram disparados, mas Mrdak chegou a reagir e acertou Gleiser, autor dos disparos. O atirador conseguiu escapar e seu paradeiro se tornou desconhecido pelos próximos anos.
O assassinato teria sido mais um capítulo em uma briga de clãs criminosos. Meses antes, em setembro, o próprio Osmanagić havia sido morto em um restaurante no centro de Bar, uma cidade de Montenegro. Mrdak estava ao lado do chefe e chegou a tentar socorrê-lo, sem sucesso, segundo o jornal Vijesti.
Ainda segundo a imprensa sérvia, após a morte de Osmanagić, Mrdak deixou a casa em que morava com a família e passou apenas a usar carros blindados.
Meses após a morte do guarda-costas, em setembro de 2015, a polícia de Montenegro disse acreditar que Darko Gleiser estava escondido em algum país do Leste Europeu e que um mandado de prisão havia sido emitido em seu nome. Como Gleiser havia sido ferido no episódio, fontes policiais chegaram a afirmar ao tabloide Blic acreditarem que ele poderia ter morrido.
Material genético e digitais do matador de aluguel ajudaram a identificar o assassino. Durante a fuga, a arma usada no crime ficou para trás e foi recolhida pelas autoridades, segundo o jornal Cafe del Montenegro.
Foragido das autoridades, Darko Gleiser se tornou alvo de mandados de prisão da Interpol até reaparecer morto na cidade de Santos, em São Paulo, com uma nova identidade. Procurado pelo GLOBO, o Ministério das Relações Exteriores da Eslovênia disse que Dejan Kovac não consta entre os cidadãos do país. O caso foi notificado a polícia local que irá investigar como o homem obteve documentos de identidade falsos.
Darko Gleiser, que segundo a TV Tribuna, trabalhava como carpinteiro e morava no bairro Embaré, foi executado a tiros quando chegava em casa, junto da mulher e o filho.
Gravações de câmeras de segurança capturaram o momento em que um homem chega por trás de Gleiser e realiza os disparos, antes de fugir. Socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) , o sérvio sofreu uma parada cardiorrespiratória a caminho da Santa Casa de Santos.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, o caso segue em investigação pela 3ª Delegacia de Homicídio da DEIC de Santos, que atua para prender o autor do crime.
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