Brasil
Justiça da Bahia pede extradição ao Brasil de 'senhor das armas'
Argentino Diego Hernan Dirísio é apontado como líder de esquema criminoso que traficou 43 mil armas para facções criminosas no Brasil, movimentando cerca de R$ 1,2 bilhão
A Justiça Federal da Bahia pediu a extradição para o Brasil de Diego Hernan Dirísio, conhecido como "Senhor das Armas", e sua esposa, Julieta Vanessa Nardi Aranda. O criminoso é tido como maior traficante de armas da América Latina. Ele chefiava um grupo suspeito de traficar 43 mil armas para facções criminosas no Brasil e movimentar cerca de R$ 1,2 bilhão. Ele foi preso em Buenos Aires, na Argentina. A informação é do G1.
Dirísio e Julieta são apontados de traficar armas por meio de sua empresa International Auto Supply (IAS), que tem sede em Assunção, capital paraguaia. De acordo com a investigação, o argentino comprava material bélico — milhares de pistolas, munições e fuzis — de vários fabricantes europeus sediados na Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia.
"Ele é o dono da empresa, que coordena todas as ações da empresa, acertou diretamente a venda e revenda sabendo que essas armas teriam que ser desmontadas e destinadas ao crime organizado. Isso ficou demonstrado na investigação e esta foi a maior dificuldade para iniciar a operação", disse.
— Ele é o dono da empresa, que coordena todas as atuações da empresa, fazia as tratativas diretas para a venda e revenda com ciência de que essas armas deveriam ser raspadas e destinadas ao crime organizado. Foram cerca de 43 mil nessa situação, desde 2020 — explicou o delegado Flávio Márcio Albergaria Silva, superintendente da PF na Bahia, em operação contra o grupo em dezembro.
Numeração raspada e logotipo falso
Após chegarem em Assunção, capital paraguaia, as armas tinham a numeração raspada e até recebiam logotipos de outras indústrias a fim de despistar os investigadores e eram então repassadas para as principais facções criminosas brasileiras — Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comanda da Capital (PCC). Segundo a PF, desde 2020, 659 fuzis e pistolas entregues pelo grupo aos criminosos foram apreendidas em dez estados brasileiro.
Segundo os investigadores, o esquema comandado por Dirísio envolvia doleiros e empresas de fachada no Paraguai e em Miami, nos Estados Unidos. As investigações apontam que os suspeitos em solo americano atuavam na parte financeira do esquema, realizando o pagamento das armas para os fabricantes no Leste Europeu: Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia.
A PF pediu a inclusão de 21 suspeitos na lista vermelha da Interpol, para que sejam extraditados ao Brasil, caso sejam presos. Em dezembro, foram apreendidos centenas de armas e uma grande quantidade de dólares , ainda não contabilizada. Além disso também foi determinado o bloqueio de R$ 66 milhões em bens, direitos e valores no Brasil.
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