Brasil
Cenários, bolos e datas inspiram ensaios de fotos de animais
Pacotes de cliques do pet podem variar de R$ 50 a até R$ 8 mil
As opções de pacotes podem variar de R$ 50 a até R$ 8 mil. Os temas vão de modelos replicados de ensaios com bebês, como os newborns para recém-nascidos, a smash the cake para aniversários, assim como cenários inspirados em filmes ou datas comemorativas. É o conteúdo dos ensaios fotográficos de animais de estimação com seus tutores, cada vez mais comuns.
Bud, um golden retriever de um ano e três meses, já estrelou dez ensaios desde que foi adotado em janeiro de 2023. A advogada Ana Luísa Pachá, de 48 anos, contratou um plano anual de acompanhamento fotográfico, com registros mensais durante o primeiro ano de vida do pet. A sequência de ensaios teve como desfecho uma festa de aniversário inspirada em “Jurassic Park”, com fantasia de dinossauro para Bud e um bolo para animais que estrelou as fotografias no estilo smash the cake, quando o modelo fica livre para se lambuzar com o doce.
— São lembranças que ficam para sempre. Eles crescem muito rápido e não vivem tanto quanto a gente gostaria — diz Pachá, que marcou para este mês o próximo ensaio de Bud, com o tema de Páscoa.
Responsável pelos registros do golden retriever da advogada, a fotógrafa Daiane Moraes de Oliveira, de 36 anos, atende outras dez famílias que fazem o mesmo acompanhamento mensal dos pets. Ela oferece também serviços que vão de uma única foto a registros sazonais, com temas como Dia das Mães, Halloween e Natal.
— A procura aumentou. Precisei investir em um estúdio adaptado para os pets e estudar sobre adestramento e manuseio dos animais — comenta.
Em Campinas (SP), a fotógrafa Thais Mazzoco se especializou em ensaios de pets em 2018, após seis anos trabalhando com aniversários e casamentos. Atualmente, ela conta com 45 cenários diferentes, entre eles ambientes inspirados nos filmes “Star Wars”, “Harry Potter” e nos seriados “Friends” e “Stranger Things”.
— O comportamento do animal é o grande desafio. Tenho que ser rápida e técnica. Normalmente, ele fica na pose por muito pouco tempo — conta Mazzoco.
Além de compartilhar as fotos dos ensaios de seu cachorro Bento em um perfil nas redes sociais que fez para o animal, a engenheira Amaya Caldas Villar de Almeida, de 35 anos, imprime as imagens para presentear amigos e parentes. Bento já protagonizou cinco sessões de fotos ao lado dos tutores, em cenários como o Aterro do Flamengo, no Rio, com o Pão de Açúcar de fundo.
— Adotei o Bento depois da pandemia. Não havia tido um animal de estimação antes e não sabia o quanto esse relacionamento era forte. Hoje, ele é da família — diz Amaya.
Segundo o presidente do Instituto Pet Brasil (PDI Pet), Nelo Marraccini, a reclusão durante a pandemia estimulou o consumo de itens para pets, já que, como Amaya, muitas pessoas adotaram animais. Marraccini aponta as redes sociais como impulsionadoras dos ensaios fotográficos especializados.
— É importante as pessoas terem em mente que a adoção de animais, além desses momentos bonitos das fotos, requer dedicação e deve ser feita com responsabilidade — recomenda.
Dados da Associação Brasileira da Indústria de produtos para Animais de Estimação (Abinpet) mostram um crescimento de aproximadamente 12% do faturamento da indústria pet brasileira de 2022 a 2023, com movimentação de R$ 47 bilhões só no ano ano passado. O Brasil ocupa a 3ª posição no ranking de países de maior faturamento do mercado, ficando atrás apenas da China e dos Estados Unidos.
De acordo com o último relatório da Comissão de Animais de Companhia (Comac) do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), com dados de 2023, 78% das pessoas que têm cachorros declaram ter proximidade com o animal, 29% o definem como um integrante da família e 16% como filho. Entre os tutores de gatos, o vínculo de proximidade é declarado por 72% dos entrevistados, 25% os enxergam como parentes e 19% como filhos.
A psicóloga Amanda Bastos explica que esses sentimentos são despertados pelo afeto mas também pela responsabilidade e cuidado que o tutor dedicar ao pet:
— Acionamos sensação de pertencimento e filiação.
Ratos, aranhas e cobra
Mas além dos cães e gatos, há tutores que levam ratos, coelhos e até porcos de estimação para as sessões. A fotógrafa Maria Cristina Nadalin Siebenrok, do Paraná, conta que já fez ensaios com cobras, aranhas e uma águia. A maior dificuldade foi vencer o medo.
— Depois do ensaio com a cobra, muitas pessoas vieram nos perguntar se eu tinha uma para participar das suas fotos — revela.
Outro filão são os ensaios de cavalos, que podem levar até três dias para ficarem prontos, com diária entre R$ 5 mil e R$ 15 mil.
— Fazemos em um estúdio móvel, levado até os cavalos, para poupá-los de qualquer desconforto ou estresse. Os valores acabam mais elevados também pela dificuldade em manejar o animal, pelos riscos e até pelo respeito em manter a rotina deles — explica a fotógrafa Janne Ruiz Zaviasky, que atua com o marido há 12 anos com fotografia equestre.
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