Sebastião Soares de Oliveira, conhecido carinhosamente como Doca da Rural, nos deixou ontem (08) aos 98 anos, deixando um legado profundamente enraizado na história e na cultura do sertão alagoano. O patriarca da família Oliveira partiu deixando 22 filhos, 60 netos, 20 bisnetos e 5 tataranetos, uma verdadeira prova de seu amor e dedicação familiar.

Nascido em uma família pioneira, Sebastião seguiu os passos do avô, Manoel Soares de Oliveira, que possuía terras onde hoje se localiza o morro da Massaranduba, em Arapiraca. Doca da Rural se destacou nas décadas de 50 a 70, quando era considerado um homem próspero e influente, sendo proprietário das duas únicas fábricas de queijo do sertão na época, além de possuir uma imponente frota de grifes e caminhonetes da época.

Além de fazendeiro e empresário do ramo de laticínios, Sebastião também foi um mecânico habilidoso, transportador alternativo e revendedor de material reciclável. Seu espírito empreendedor e sua habilidade para negócios foram essenciais para o desenvolvimento econômico local, marcando-o como uma figura emblemática na região.

Sebastião também era conhecido por sua coleção de Rural Willys, que se tornou o principal meio de transporte no sertão alagoano durante a década de 70. Esses veículos não apenas facilitavam a logística em uma época de poucas estradas pavimentadas, mas também se tornaram um símbolo de status e resistência, características que bem definem o próprio Sebastião.

O sepultamento ocorrerá às 16h no cemitério municipal de São José da Tapera, e espera-se uma grande concorrência de amigos, familiares e todos aqueles que foram tocados pela sua vida e obra.

A Rádio Cacique FM e o jornal Tribuna do Sertão expressam seu profundo pesar pelo falecimento de Sebastião Soares de Oliveira, um homem que não apenas viu a história, mas a fez. Nossas mais sinceras condolências à família Oliveira, em especial ao seu filho, o radialista Cláudio André, apresentador do programa Tribuna do Povo. Que as memórias de Doca da Rural permaneçam vivas como um símbolo do espírito indomável do sertão de Alagoas.