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Exposição 'Munguengue – O Futuro é dos Crias' leva arte dos subúrbios ao Parque de Madureira
Mostra ocupa o edifício Multiuso do Parque de Madureira até o dia 27 de julho
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A arte do subúrbio carioca ganhou uma casa no Parque de Madureira, com a exposição “Munguengue – O Futuro é dos Crias”. Os expositores trazem visões que valorizam os territórios periféricos em fotografias, pinturas, esculturas, colagens e outras formas de artes visuais. Resgatando as janelas das casas do subúrbio, o suporte das obras de arte foi elaborado utilizando grades de Sankofa, que podem ser vistas perto do verde dos tradicionais vasos de plantas com ‘espada de São Jorge’. Uma parceria entre o Coletivo Kambacua e o Instituto Moreira Salles (IMS), a mostra ocupa o edifício Multiuso do Parque de Madureira até o dia 27 de julho.
— O meu processo criativo vem da minha perspectiva enquanto mulher negra, favelada e candomblecista, então eu retrato nas minhas obras esse cotidiano do terreiro — diz uma das expositoras, Landara Marcele, artista visual e moradora de Brás de Pina, no Rio de Janeiro.
Para Raquel Oliveira, produtora do Coletivo Kambacua e moradora de Honório Gurgel, iniciativas culturais como essa podem ajudar a desenvolver os subúrbios da cidade.
— Honório Gurgel é um dos bairros com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Rio de Janeiro. Tem pessoas em vulnerabilidade social e eu acredito no poder de transformação da arte e da cultura, de salvar vidas — defende.
Desirée Santos, uma das curadoras da exposição, participou de atividades prévias como o Laboratório em Produção de Exposições, atividade que contou com a participação do Instituto Moreira Salles (IMS) em 2023 e visava a viabilização de atividades de exposição cultural no subúrbio da cidade do Rio de Janeiro.
— A ideia da exposição é colocar em evidência os artistas do subúrbio que já produzem ou que começaram a produzir — diz ela. — Com isso, já há uma inserção deles no mercado e o fortalecimento dos que já estão lá.
Jorge Freire, Supervisor de Ação Social do Instituto Moreira Salles (IMS), destaca na exposição uma oportunidade do Instituto de apoiar iniciativas das populações periféricas, respeitando seu protagonismo de organização e artístico. Já Renata Bittencourt, diretora de Educação do IMS, a função educacional do instituto fica clara em ações como esta:
— Uma instituição cultural deve ter o compromisso com aquilo que é herança, que é patrimônio, que é memória, aquilo que artistas já criaram e que está na história, mas, ao mesmo tempo, é preciso ter compromisso com aquilo que é voz, que está surgindo no momento . Nosso objetivo é seguir trabalhando com troca, com formação e com fortalecimento de lideranças jovens do campo da cultura. Isso também ajuda a fazer com que o Rio de Janeiro perceba que o centro está em toda parte, não está só na Zona Sul, não está só nas grandes instituições, que é preciso vida cultural dinâmica em toda a cidade.
A exposição Munguengue está aberta ao público até o dia 27 de julho, de quinta-feira à sábado, das 10h às 17h.
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