Variedades
Atriz de 'Além da ilusão', Duda Brack lança álbum com show de graça e garante sua renda com aulas de canto
Cantora está em seu terceiro disco, chamado 'Proibido não gostar'
Duda Brack, que estreou na TV em 2022 como a antagonista Iolanda em "Além da ilusão", está agora focada na sua carreira como cantora. A gaúcha, de 30 anos, está lançando seu terceiro álbum, chamado "Proibido não gostar", cheio de sensualidade, erotismo e paixão.
— Música e dramaturgia são duas carreiras difíceis de conciliar. Na época da novela tive que parar de cantar, e aí quando acabei de gravar, voltei logo. Agora que estou entregando esse álbum novo, vou fazer shows, vai ficar mais tranquilo para voltar a jogar semente nesse solo. Vou voltar a estudar, quero muito fazer outra novela e cinema, principalmente — afirma ela.
Na infância, a vontade dela era muito maior de ser atriz do que cantora. Cantar só virou uma realidade mesmo quando Duda tinha 15 anos, "e depois virou uma cachaça" na vida, como define. Há dois anos, quando nunca tinha pegado um roteiro na vida, teve em colegas de elenco experientes um bom apoio para começar. E ainda saiu agraciada pelo público. Hoje em dia, sem o trabalho fixo na TV e em meio ao lançamento do álbum como artista independente, a renda financeira dela vem das aulas de canto.
— Dou aula de canto, sou professora, sobrevivo disso. Fiz novela em 2022 e foi maravilhoso para mim. Depois, ainda rodei alguns shows do meu álbum antigo e parei para gravar o novo. Artista independente é isso, a gente tem que custear tudo do nosso bolso, contar com a ajuda de vários amigos para conseguir realizar as coisas. Os processos demoram — conta ela, complementando: — Esse ano foi superdifícil de dinheiro para mim, justamente porque tive que investir para terminar o álbum, minha renda era só de aula de canto. E ainda com pouco tempo para fazer isso, porque tenho muito material, eu edito meus vídeos, dirijo meus clipes, faço um pouco de tudo justamente porque não tem grana para ter uma estrutura grande de equipe e também por ser um pouquinho virginiana controladora (risos).
'Meu trabalho me salvou'
O primeiro álbum de Duda, "É", chegou quando ela tinha apenas 19 anos. Entre ele e o segundo, "Caco de vidro", houve um hiato de seis anos por conta de uma depressão e falta de grana. Hoje em dia, ela celebra ter condições de bancar coisas que ajudaram muito no processo de cura, como a prática de yoga e a terapia. A cantora relembra:
— Tive depressão em 2016. Por isso eu quis pisar no freio e pensei até em parar de cantar. Eu fazia terapia duas vezes por semana, não me levantava da cama, só chorava. Sinto que aquilo foi uma mola propulsora para a construção do meu amor-próprio e autoconfiança. Tive que olhar para algumas questões, como eu ter na família um tio que é bipolar, meu pai ter tido quadro depressivo, meu avô ter sido alcóolatra... Vi essas coisas com mais cuidado e minha mãe me deu muito chão emocionalmente falando.
Além de práticas saudáveis, a própria arte foi uma âncora nesse momento difícil.
— O trabalho me salvou na época também. Passei a cuidar do meu corpo, entendi que a saúde é uma coisa integrada. Veio a yoga, pesquisei filosofia, astrologia... Não é que hoje em dia eu não passe por crise, mas prezo muito mais pela minha saúde, cuido como uma ferramenta de trabalho também.
'Sexo não é só sobre o corpo'
A um ano de completar uma década de carreira, Duda Brack se lança agora como uma mulher muito mais confiante de si mesma. Característica essa que sempre esteve com ela, mas agora vem sendo mostrada cada vez mais.
— Esse álbum fala muito de desejo, de tesão, erotismo. Mas foca também na poesia, no encontro, onde o sexo não é só sobre o corpo, mas também sobre alma, espírito — define Duda. — Às vezes a gente vive um primeiro contato de sexo com o outro, ou consigo mesmo, de uma forma muito traumática. Sinto que a música foi um viés para eu resolver muitas dessas coisas na minha vida.
Ao longo da discografia, a dor já foi pauta muitas vezes. Agora ela quer falar de temas como desejo e amor e colocar todo mundo para dançar. Com Ney Matogrosso como referência, o álbum novo mistura ritmos latino-americanos com pegadas do funk e do piseiro. "Proibido não gostar" traz nove faixas e três delas com parcerias de Gaby Amarantos, Felipe Cordeiro e Francisco Gil. Para escrever sobre romance e paixão alguns inspiradores se fizeram presentes. A atriz confessa:
— Vivi vários amores! O disco tem alguns destinatários (risos), uns três ou quatro. Esse processo de compor é muito doido, né. Às vezes são coisas que vivemos, outras são o que queríamos ter vivido e não tivemos coragem...
'Nunca fui tolhida em casa'
Toda a segurança em si mesma, que ela aproveita para passar ao público por meio do seu trabalho, também tem relação direta com sua criação. Em casa, Duda Brack nunca ouviu frases como "essa saia está muito curta" ou "não pode ficar com várias pessoas", por exemplo.
— Venho de uma família totalmente matriarcal, minhas referências na construção de mundo são mulheres que me ensinaram a ser livre. Não me submeter a nada e nem ninguém. Confiar na minha beleza, no meu poder, ir atrás dos meus sonhos, ser dona do meu nariz e me expressar da forma que eu quero. Nunca fui tolhida em casa, tive uma educação libertária. E quando você vai para o mundo, gera um embate porque a sociedade não opera a partir dessa ordem — diz ela.
Desde o primeiro álbum, o corpo já era uma forma de expressão forte para a gaúcha, radicada no Rio de Janeiro, quando ela estava no palco. Agora, em um álbum mais sensual, não faltam aparições de biquíni, body cavado, decote e outras roupas que exalam confiança. Tanto quando tinha 19 anos, quanto agora aos 30, Duda continua ouvindo comentários sobre os looks que escolhe usar.
— Meu primeiro álbum era uma pegada de rock de garagem, mas eu já me apresentava de shortinho e meia rasgada. Ouvi de homens na época: “Para que isso? Está transando com o chão”. É muito doido como essas questões são ainda uma discussão. Não somos donas do nosso corpo, sempre tem alguém ali para dizer: “Está apelando”; “Você tem talento, não precisa disso”... Não é precisar. É querer e poder. Que cada vez mais a gente conquiste esse território e isso não tenha que ser uma questão da conta de ninguém.
'Arte tem que ser acessível'
Para começar a nova fase de álbum novo — e já disponível nas plataformas de streaming — Duda marcou o primeiro show de um jeito especial: 0800 no Rio. A apresentação acontece nesta quinta-feira (11), às 19h, no Teatro BNDES (Av. República do Chile 100, Centro). Os ingressos antecipados já esgotaram, mas vai haver retirada na hora, na bilheteria do local.
— Acho que todos os shows da minha vida podiam ser assim, arte tem que ser acessível! Toda vez que o show é de graça faço com mais gosto, sabe? Poder remunerar minha equipe e disponibilizar isso para as pessoas é muito bom — celebra a atriz e cantora, que derramou até lágrimas nos ensaios.
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