O MDB realiza neste sábado a convenção que vai oficializar a candidatura de Ricardo Nunes, que tenta se reeleger prefeito de São Paulo. O evento contará com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no que deve ser seu gesto mais explícito até agora de apoio ao emedebista, além da ex-primeira-dama Michelle.

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Nunes terá como vice o ex-coronel da Polícia Militar Ricardo de Mello Araújo (PL), indicação de Bolsonaro, e deve chegar à campanha com 12 partidos: além de sua própria sigla, formarão a aliança PL, PSD, Republicanos, Progressistas, Podemos, Solidariedade, PRD, Agir, Mobiliza, Avante e União Brasil. Também participarão da convenção do MDB o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o ex-presidente Michel Temer (MDB).

A convenção do MDB acontecerá no estacionamento da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), a partir das 10h, e vai consagrar uma candidatura que tenta conciliar o apoio de Bolsonaro, que representa o campo da extrema-direita e enfrenta forte resistência entre os eleitores paulistanos segundo as mais recentes pesquisas Datafolha e Quaest, com acenos mais ao centro, que é o espectro ao qual Nunes historicamente se identificou.

Nunes chegou ao poder após a morte do tucano Bruno Covas, em 2021, de quem era vice. Antes, ele foi vereador por dois mandatos, e seu reduto eleitoral é a região de Interlagos, na Zona Sul.

Desde o ano passado, nas pesquisas de intenção de voto, Nunes aparece tecnicamente empatado com Guilherme Boulos (PSOL). Entretanto, nas pesquisas mais recentes, José Luiz Datena (PSDB) está empatado com Nunes e Boulos dentro da margem de erro.

Abertura de Inquérito

Os advogados de Ricardo Nunes enviaram ontem representação à Delegacia Especializada em Crimes Cibernéticos pedindo a abertura de inquérito por calúnia contra Rosângela Crepaldi. Investigada pela Polícia Federal, ela gravou um vídeo no qual acusa o emedebista de ter recebido repasses, quando era vereador, de um esquema que ficou conhecido como máfia das creches.

A defesa de Nunes afirma que o prefeito é alvo de “artimanha e maquinaria fomentada por terceiros, sabidamente opositores ao atual governo” e diz que Rosângela faz “imputações sabidamente falsas” para atingir sua honra.

A defesa do prefeito de São Paulo também pede a quebra de sigilo telemático e telefônico de Rosângela Crepaldi e a decretação de busca e apreensão em seus endereços para inspecionar seu aparelho celular. Procurada, a defesa de Crepaldi diz que ainda não foi citada.