Após disputar duas eleições, o ex-deputado federal Alexandre Frota mudou sua autodeclaração étnico-racial e se declarou pela primeira vez pardo. Em 2022 e 2020, o político disputou se identificando como branco. A candidatura deste ano é para concorrer como vereador pela cidade de Cotia, na região metropolitana de São Paulo.

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A alteração na autodeclaração de raças é uma prática que o Tribunal Superior Eleitoral vem tentando coibir. Neste ano, a Corte deve intimar os candidatos que fizeram a alteração para entender qual seria a justificativa. Caso não tenha, os postulantes podem ficar sem acesso aos recursos destinados a candidaturas negras.

O GLOBO procurou a assessoria de Alexandre Frota, mas até a data desta publicação, não obteve retorno. O espaço permanece em aberto para futuras manifestações.

Além da mudança racial, desde 2022, Frota perdeu 2% de seu patrimônio. Este ano, ele irá disputar pelo PDT, partido do ex-ministro Ciro Gomes.

Quando prestou conta há exatos dois anos, Frota disse à Justiça Eleitoral que tinha um patrimônio de R$ 85.068,54, quantia que com a inflação do período chegaria hoje a R$ 92.080,86. A maior parte deste montante, R$ 80 mil (hoje R$ 86,5 mil), em dinheiro em espécie.

Hoje, Frota relatou ter R$ 90 mil em bens e direitos, sem mais especificações. Já em 2018, quando foi eleito deputado federal, ele não declarou qualquer bem.

Em março deste ano, o GLOBO revelou os planos políticos de Frota. Na ocasião, ele falou sobre a possibilidade de ser vereador em Cotia:

— Quero fazer o melhor pela cidade: aproveitar toda a minha experiência como deputado federal e ajudar a cidade com renovação, ação e muito trabalho. Vereador tem que se doar para a cidade — disse Frota.

Em suas redes sociais, Frota tem feito postagens recorrentes sobre a cidade e, inclusive, criou o perfil "Salve Cotia" para dar suas opiniões sobre a atual gestão municipal, hoje comandada por Rogerio Franco (PSDB).

Eleito em 2018 com o apoio de Bolsonaro, Frota conquistou mais de 155,5 mil votos. No primeiro ano de mandato do ex-presidente, todavia, rompeu com o bolsonarismo, passou a criticar publicamente o então presidente e terminou expulso do PSL por infidelidade partidária.

Quatro anos depois, tentou-se cacificar para a Alesp, mas teve menos de um sexto de seus votos no pleito anterior, e ficou como suplente.