Cidades
Fragilidade da educação básica em Maceió ganha destaque nacional
Situação precária das escolas municipais foi alvo de reportagem da Folha
A Folha de São Paulo trouxe uma reportagem, nesta segunda-feira (5), apontando a fragilidade e o sucateamento das escolas municipais de Maceió. O destaque da matéria foi a Escola Municipal Padre Brandão Lima, no Benedito Bentes - uma das realocadas do Pinheiro, após o afundamento do solo na região. A falta de planejamento prejudica diretamente o dia a dia dos professores, alunos e funcionários.
A atual situação da rede municipal de ensino foi criticada pelo pré-candidato a prefeito de Maceió, Rafael Brito (MDB), que questiona o motivo pelo qual o bem-estar das crianças não ser prioridade da gestão.
“Quem leu a reportagem, viu que a educação das crianças maceioenses não é e nem nunca foi uma prioridade dessa gestão, que só pensa no que é instagramável. Crianças com calor, estrutura improvisada e mobília sucateada. As nossas crianças não merecem esse tratamento e tudo isso implica em queda do desempenho delas dentro e fora das salas de aula”, criticou.
Segundo a Folha, o prédio em questão é alugado e sua estrutura é deficitária, com os aparelhos de ar-condicionado não funcionando devido à falta de fiação adequada; o elevador para portadores de deficiência deu lugar a um depósito de material de limpeza e apenas um ventilador em cada sala; sem contar que a estrutura conta com 1 banheiro masculino e 1 feminino para atender 190 crianças, dentre outras falhas.
Todos esses fatos, aliados à distância de 10 quilômetros da antiga unidade prejudicam o desempenho dos estudantes e também o relacionamento entre pais e professores, pois as reuniões periódicas ficaram prejudicadas justamente pelo longo deslocamento até a unidade escolar. E o reflexo disso são as baixíssimas notas no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), com Maceió caindo pela segunda vez seguida e figurando no fim da fila para os anos iniciais do ensino fundamental entre as capitais.
As dificuldades enfrentadas pelas crianças e pelas famílias resultam no alto índice de analfabetismo e na evasão escolar na capital. "Maceió precisa urgentemente de um programa que financie a presença do aluno dentro de sala de aula, como faz o Cartão Escola 10 e Pé de Meia, garantindo a conclusão dos alunos no 9º ano e a matrícula no ensino médio”, afirmou Rafael.
“É preciso urgentemente reformar escolas, ampliar o número de escolas em tempo integral, fazer um concurso público para professores e um novo plano de cargos, carreiras e salários para todos os servidores da educação municipal”, observou Rafael, pontuando que a atual gestão cometeu diversos erros na gestão da educação municipal.
“Eles dizem que investiram R$ 24,5 milhões e construíram 15 unidades escolares desde 2021, mas esse valor representa menos de 2% do montante recebido pela Prefeitura no acordo duvidoso com a Braskem. Dos R$ 1,7 bilhão recebidos, nenhum centavo foi destinado para educação. Precisamos mudar essa realidade e nossas crianças merecem a melhor educação do Brasil”, acrescentou.
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