"Eu acho que dei um ‘upgrade’, hein?!”, brinca Miá Mello, às gargalhadas, sobre trocar o amigo Fábio Porchat, com quem formou casal de sucesso nos dois filmes “Meu passado me condena”, por Juan Paiva, em “De pai para filho”. No longa-metragem escrito e dirigido por Paulo Halm (autor de novelas como “Totalmente Demais” e “Bom sucesso”), que estreia nos cinemas nesta quinta-feira (8), ela faz par romântico com o jovem ator, que tem brilhado em “Renascer”.

— Juan é o menino do momento. Se bobear, o melhor ator desta nova geração. E é um gato, né?! Brincadeiras à parte, foi muito legal jogar com ele em cena. Este é um filme que tem muitos momentos de intimidade, não só físicas como emocionais. E Dina, minha personagem, é quem lidera a parte sexual da relação. Juan é muito respeitador, muito profissional, me deixou confortável nessa questão mais complexa de estar ali desnuda, literalmente. Que honra fazer par com ele! — elogia Miá, que foi à forra ao ser trocada por Sandy em “Evidências do amor”, filme estrelado por Porchat e a cantora: — Eu fiquei com a maior vontade de odiar os dois pra sempre, mas amei o filme e me apaixonei ainda mais pela Sandy (risos).

“De pai para filho” é, oficialmente, o primeiro trabalho dramático de Miá, conhecida pelo sorrisão largo, que deixa os olhos da atriz, humorista e apresentadora miudinhos.

— Deu um baita frio na barriga! Fiz a única coisa que poderia me deixar segura: estudar. Assim que recebi o convite, até o momento de ir para o set de filmagens, mergulhei na gênese da personagem. Criei todo um estofo para que eu chegasse para gravar e estivesse totalmente presente ali, sem pensar em insegurança ou medo — conta a paulistana de 43 anos, que ganhou o prêmio de Melhor Atriz no 1º Festival Internacional de Cinema de Paraty, no último domingo (4), pela performance no papel: — Foi uma grande surpresa, fiquei com a mão na boca ao ser anunciada. Mas, quando subi ao palco, me senti tão merecedora! Estou muito orgulhosa de mim, porque fiz tudo com muita verdade.

Halm apostou suas fichas na atriz ao vê-la em cena na peça “Mãe fora da caixa”, que já ficou em cartaz por cinco anos e volta à cena na próxima sexta-feira, em São Paulo:

— Miá é uma profissional tão potente, que sempre achei um desperdício vê-la apenas em papéis engraçados, quando ela poderia fazer qualquer tipo. Para viver Dina, eu queria uma atriz que caísse no chão, desse cambalhota, ficasse de pé, olhasse para o espectador e o fizesse chorar. Sempre senti que ela era capaz de tudo isso. Alguns colegas contestaram a minha escolha, inicialmente, e depois vieram se redimir, concordando que eu estava certo. Espero que esse filme carimbe Miá como uma atriz múltipla.

A voz da Alegria, em 'Divertidamente'

Paralelamente à estreia de “De pai para filho”, em que Marco Ricca e Juan Paiva interpretam os personagens principais, Miá pode ser ouvida nos cinemas no estrondoso sucesso “Divertidamente”. Na animação da Pixar, é ela a dubladora brasileira da personagem Alegria.

— Se tiver o “Divertidamente 3”, eu só fecho contrato com porcentagem de bilheteria, porque não sou boba nem nada (risos) — brinca a atriz, dizendo que se identifica muito com a personagem a quem dá voz: — Eu realmente tenho muito da Alegria. Neste filme, ainda mais. Me emocionei de verdade na hora em que ela tem um surto, confessando que é uma grande responsabilidade manter as pessoas sempre pra cima. Meu marido (o diretor de artes Lucas Melo, com quem está há 13 anos) sempre diz que eu sou a emoção da nossa casa. Se estou mal, levo todo mundo para o buraco; se estou bem, levanto geral. É muito difícil para quem tem esse perfil como o meu, animado, lidar com esse outro lado que todo mundo tem. Mas a maturidade me deixou mais tranquila com isso. Quando mais jovem, eu sofria demais. Caiu a ficha de que não dá pra ser alto-astral o tempo todo, embora minha energia vital seja alegre.

Miá e Porchat juntos outra vez?

A atriz entrega que "Meu passado me condena 3" pode vir aí...

— Eu e Fábio (Porchat) sempre falamos em fazer mais um. Um dia, esse filme sai. É só a burocracia das agendas que atrapalha. Ele é a única pessoa que me chama pros trabalhos e eu digo "sim" antes de saber do que se trata — conta Miá, completando: — Não à toa eu tenho um currículo com ele. Além de "Meu passado me condena 1 e 2", nós fizemos juntos "Homens", "O palestrante"...

Mãe de Nina, de 15 anos, e Antônio, de 7, ela adianta que a peça “Mãe fora da caixa” também chegará aos cinemas.

— Já gravamos! Só não sei a data de estreia ainda — revela a artista, sublinhando que a peça a fez mergulhar mais intensamente no assunto maternidade: — É uma montanha-russa de emoções. E eu, uma pisciana muito indecisa, sou mãe de dois arianos! Muitas vezes, eles decidem por mim. Hoje mesmo, eu não sabia se iria de verde ou branco na pré-estreia do filme. Consultei minha filha e ela deu o veredito (risos).