Variedades
Algoz de Juan Paiva em 'Justiça 2', Marco Ricca reencontra o ator em filme, no qual surge como fantasma para se redimir
Dupla tem embate emocional em 'De pai para filho', que acaba de chegar aos cinemas, e fala sobre suas experiências reais com a paternidade
Logo no início do filme “De pai para filho”, que estreou nesta quinta-feira (8) nos cinemas, o diálogo entre Machado (Marco Ricca) e José (Juan Paiva) é impactante. “Você abandonou a gente (ele e a mãe) pra tocar em birosquinha? E eu, pai? Eu te amava, porra...”, reclama o rapaz. “Tudo bem, eu também te amava, te amo, vou te amar pra sempre. O problema é que eu me amava mais, sinto muito”, responde o músico, que não via o filho há duas décadas. O inusitado é que o acerto de contas emocional entre os dois acontece logo após a morte de Machado, que aparece para José em forma de espírito.
Apesar da conversa difícil, o texto de Paulo Halm, que também dirige o longa-metragem, tem muitas pitadas de humor. E, por isso, ele classifica a obra como uma “dramédia”.
— É um filme simples, tocante e catártico. Minha preocupação era tentar criar uma conexão com o espectador na empatia, de forma carinhosa e direta, mais humana. Acho que conseguimos atingir o objetivo — afirma Halm, que lança sua obra oportunamente às vésperas do Dia dos Pais.
O filme foi gravado antes (em 2022), mas chega ao público depois de “Justiça 2”, em que os dois atores se encontram em cena em embates ainda mais duros: na série do Globoplay, o motoboy Balthazar (Juan Paiva) tem a vida destruída pelo empresário Nestor (Marco Ricca) e acaba preso por ser acusado injustamente por ele de cometer um assalto ao restaurante de sua família.
— Os traumas do José com o Machado não chegam aos pés do que Nestor causa ao Balthazar. Eu nem sei qualificar um ser humano como esse meu personagem na série, ele estraçalha a vida do garoto. Já Machado é um egocêntrico, um farrista. Um cara livre, que vive a sua vida incondicionalmente — compara Ricca, enaltecendo a parceria com o colega de cena: — Juan é um talento! Um rapaz muito dedicado, concentrado, um ator muito sincero, que olha pra gente com verdade.
A dupla já tinha estado no mesmo elenco em 2021, na novela “Um lugar ao sol”, mas em núcleos diferentes.
— Faço parte de uma geração que está chegando, ele já está na estrada há um tempo. Pudemos trocar experiências bacanas — conta Paiva.
Os dois interpretam na ficção situações tanto opostas quanto semelhantes às que exercitam em seu cotidiano, referentes à paternidade.
— Tenho quatro filhos (Felipe, de 24 anos, fruto de seu ex-relacionamento com a atriz Adriana Esteves; e Antônia, de 11, Maria, de 6, e José, de 3, do atual casamento com a atriz Luli Miller) que são os meus amores. A paternidade requalifica a nossa vida. Tem gente que foge disso e tem gente que encara, como eu, com enorme prazer. Sou muito paizão! Ao contrário do Machado, eu gosto de estar com os meus filhos e não troco nada por essa experiência — frisa Ricca, de 61 anos, que compartilhou, de certa forma, os cuidados de pai com Felipe com o ator Vladimir Brichta: — É uma relação muito sadia. Tive a sorte de o novo encontro da Adriana ser com uma pessoa muito bacana, que nos ajudou na criação do Felipe. Não tive questões, talvez um ciúme no início, mas não era algo doloroso. E Felipe é um menino muito lindo, tem muito amor no coração. Somos todos uma grande família, comandada pela “dona Adriana” (risos).
Pai de Analice, de 9 anos, Paiva “ganha” uma filha pré-adolescente no filme (Kat, interpretada pela talentosa Valentina Vieira), ao começar a se relacionar com a mãe dela, Dina (Miá Mello). As duas vêm a ser vizinhas do falecido Machado, com quem a garota tinha aulas de piano.
— Sou pai de uma menina e procuro acompanhar os passos dela e orientá-la pelo melhor caminho — conta o filho de seu Celso, com quem tem uma relação de cumplicidade e amizade, afirmando ter aprendido muito com o filme: — Sobre perdão, sobre reconciliação, sobre esse buraco que existe no peito desse jovem pela falta do pai.
Aos 26 anos, Paiva sabe da importância de estar presente no cotidiano de Analice:
— Para poder ensinar e aprender com ela. Assim, a gente tem a possibilidade de crescer junto, entender o nosso presente, planejar o futuro, conversar sobre erros e acertos do passado. Ela está se descobrindo como pessoa, amadurecendo, e eu também estou conhecendo um novo jeito de convívio.
Mulher e filha do diretor participam de última cena do filme
De 2011, quando concebeu a primeira versão do roteiro de “De pai para filho”, até as filmagens, 11 anos depois, Paulo Halm conta que sua perspectiva sobre a história mudou:
— Eu escrevi o filme com olhar de filho, mas com o passar dos anos me tornei pai. Agora tenho uma filha de 6 anos, Maria. Os dois olhares estão presentes ali no texto — explica o autor, de 62 anos, casado com Liara Castro, produtora executiva do longa: — Nós brincamos dizendo que duas coisas nos uniram: a vontade de termos filho e o fato de não gostarmos de coentro (risos). Eu queria ter sido pai antes, mas precisava de uma segurança financeira para garantir o pão da criança. A vida toda, trabalhei como autônomo. Só tive carteira assinada quando autor de novelas da Globo. Agora, por eu parecer o Papai Noel, as pessoas acham que minha filha é minha neta. Ela me defende: "Ele é meu pai!".
Aos curiosos: Liara e Maria fazem uma participação especial em “De pai para filho”, surgindo na cena final, na praia.
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