Política

Disputa pela prefeitura em Porto Alegre começa com foco na tragédia das chuvas e críticas à gestão de Melo

Agência O Globo - 09/08/2024
Disputa pela prefeitura em Porto Alegre começa com foco na tragédia das chuvas e críticas à gestão de Melo

Os primeiros debates entre candidatos à prefeitura de Porto Alegre foram marcados pelo foco na tragédia das chuvas que assolou o Rio Grande do Sul. Felipe Camozzato ( Partido Novo), Juliana Brizola ( PDT) e Maria do Rosário ( PT) centraram as críticas ao atual gestor do município, Sebastião Melo ( MDB), que aspira a reeleição, por uma suposta falha na prevenção das enchentes.

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No primeiro embate da campanha, realizado pela Rádio Gaúcha, na última terça-feira, Juliana Brizola afirmou que faltou "cuidado" e "zelo" por parte do prefeito. Em sua defesa, Melo afirmou que o sistema anticheias é antiquado e que a prefeitura atua para recompor a cidade. “Estamos reconstruindo vidas. Tivemos 15 mil pessoas nos abrigos e agora é hora de reconstruir a cidade", afirmou o candidato do MDB. Dois dias depois, no debate da Band, nesta quinta-feira, o prefeito tentou responsabilizar o governo federal, comandado pelo PT de uma de suas principais adversárias, Maria do Rosário.

— Sou um prefeito que não transfere responsabilidade, eu cobro responsabilidade. E o governo federal tem responsabilidade sobre o sistema de proteção de cheias — alegou, em trecho que também compartilhou nas redes sociais.

Em resposta ao post do prefeito, internautas refutaram a tese: “Porto Alegre inundou porque as casas de bombas não funcionam. Casas de bomba que são de responsabilidade do DMAE (Departamento Municipal de Água e Esgotos). Que não é órgão nem do governo do estado nem do governo federal. É da prefeitura!”, disse um dos seguidores do político.

Na última semana, um grafite com o rosto do prefeito submerso em lama, feito pelo artista Filipe Harp como forma de protesto, foi apagado na Praça Argentina, localizada no Centro da cidade. O muro foi todo pintado com uma tinta verde, o que foi classificado pela vereadora de Porto Alegre Karen Santos (PSOL) como um ato de censura. Também no X, um usuário escreveu: "Para pintar muro em época de eleição o Melo é rapidinho. Para não deixar Porto Alegre afundar em lama ele nem se mexe".

Ainda no debate da Band, Maria do Rosário citou suspeitas de corrupção no governo Melo, como uma recente denúncia do Ministério Público relativa a um ex-diretor do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) que teria recebido propina de uma empresa contratada para realizar a manutenção de sistemas pluviais de Porto Alegre. Na réplica, Sebastião Melo chamou o posicionamento dos candidatos contra ele de uma "metralhadora acusatória" e enfatizou que, em vez de acusar, prefere mostrar propostas.

(estagiária sob supervisão de Luã Marinatto)