Política
Eleições 2024: candidatos a prefeito mais ricos do Rio estão na Baixada Fluminense; confira
Clébio Jacaré (União Brasil), o mais rico entre os postulantes a prefeituras no estado, teve aumento de 183% em seus patrimônios, se comparado ao último pleito
Os candidatos às prefeituras da Baixada Fluminense nas eleições municipais de 2024 somam mais de R$ 140 milhões em bens declarados. Do montante total, 67,6% se concentram nas mãos de somente dois candidatos: Clébio Jacaré (União Brasil), em Nova Iguaçu, e Netinho Reis (MDB), em Duque de Caxias. Os dados foram apurados a partir de informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), fornecidas pelos próprios postulantes.
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Jacaré e Reis possuem R$ 49.627.070,13 e R$ 46.403.037,76, respectivamente, e são os concorrentes mais ricos entre todos os postulantes a prefeituras no estado do Rio. A maior parte do patrimônio do candidato de Nova Iguaçu, está concentrada em "direito de crédito", o que se refere aos recebíveis que uma empresa irá receber futuramente, além de cerca de R$ 16 milhões em imóveis e quotas em empresas. Ele também dispõe de R$ 4,2 milhões de dinheiro em espécie e outros R$ 98.695,23 em moeda estrangeira.
Já Netinho Reis tem uma grande parte de seus bens depositada em aplicações em renda fixa e fundos de investimento. O candidato de Duque de Caxias também declarou ter R$ 1,25 milhão na empresa Titanium Participações Ltda. — que tem como principal atividade o transporte rodoviário de produtos perigosos — e outros R$ 90 mil na R J Participações, que se concentra na intermediação e agenciamento de serviços e negócios em geral, exceto imobiliários.
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Além deles, Aluisio Gama (PSB) — que já foi prefeito de Nova Iguaçu entre 1989 e 1992, presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e chegou a ser preso em 2017, em operação contra esquema de desvio de verbas públicas — é o terceiro postulante mais rico da região, com um total de R$ 11.276.793,04. Seus bens estão concentrados em imóveis e crédito de empréstimos.
Os patrimônios do ex-deputado federal Ricardo da Karol (PL) e de Abraãozinho (PL) — atual prefeito de Nilópolis e um dos herdeiros do clã do bicheiro Anísio Abraão David, de quem é sobrinho — vêm logo em seguida, com R$ 5,6 milhões e R$ 4,5 milhões, respectivamente.
Ao todo, 14 candidatos a prefeituras na região declararam ter mais de R$ 1 milhão em bens, sendo quatro do União Brasil, três do PL, dois do MDB e do Agir, e um do PT, do PV, da REDE e do PSB.
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Patrimônio crescente
O aumento relevante no patrimônio entre as eleições de alguns candidatos também chama a atenção. Jacaré registrou R$ 15,9 milhões em 2022, quando concorreu como deputado federal. Em comparação ao patrimônio atual, houve um aumento de 183,4%, considerando a correção de valores do Banco Central (Bacen).
Andrezinho Ceciliano (PT), deputado estadual que disputa a prefeitura de Paracambi, tem patrimônio de R$ 1.278.073,78, incluindo R$ 90 mil em espécie, R$ 29.350 em joias e pouco mais de R$ 1 milhão em um apartamento, segundo o site Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais, do TSE. O valor total representa um aumento de 1.971,9% em relação às eleições de 2022, quando registrou um total de R$ 56.764,67 — montante que é corrigido para R$ 61.686,33, de acordo com o Bacen.
Procurada pelo EXTRA, a assessoria de Andrezinho Ceciliano esclareceu que pediu a retificação do valor informado ao TSE, pois o apartamento declarado — localizado na Barra da Tijuca — em 2024 está, na verdade, sendo financiado. Segundo a equipe do candidato, ainda resta um total de R$ 936.619,63 a ser quitado, o que será feito "com recursos provenientes do seu salário como deputado estadual".
Já Renato Cozzolino, atual prefeito de Magé e candidato à reeleição, acumula patrimônio de R$ 1.006.042,63, de acordo com declaração ao TSE para as eleições deste ano. O valor é 208,2% maior que o montante registrado em 2020, quando também concorria ao pleito na cidade.
Por meio da assessoria, o candidato afirmou que o aumento do seu patrimônio se origina na "atividade empresarial que o prefeito exerce paralelamente à gestão da prefeitura". A equipe também ressaltou que o lucro advindo das empresas de Cozzolino "foi distribuído das empresas pessoais para a conta particular do prefeito".
*Estagiária sob supervisão de Cibelle Brito
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