Política

Militares pedem mais recursos para mobilizar tropa, que dividirão desfile com MST

Governo de Luiz Inácio Lula da Silva decidiu ampliar as comemorações e promoverá um evento em Brasília no qual enfatizará o caráter 'cívico e militar'

Agência O Globo - 02/09/2024
Militares pedem mais recursos para mobilizar tropa, que dividirão desfile com MST
Militares pedem mais recursos para mobilizar tropa, que dividirão desfile com MST - Foto: Reprodução/internet

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva decidiu ampliar as comemorações do Sete de Setembro deste ano e promoverá um evento em Brasília no qual enfatizará o caráter "cívico e militar" no desfile marcado para sábado na Esplanada dos Ministério. Para isso, contudo, o Palácio do Planalto precisou contornar dificuldades como um pedido de mais verba das Forças Armadas para mobilizar suas tropas e blindados. Além disso, organizadores relatam que causou constrangimento aos militares o fato de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) terem sido convidados a participar do ato.

Durante as reuniões de preparação, os militares solicitaram R$ 10 milhões extra para poder transportar as equipes para Brasília. Embora o pedido tenha sido recebido com surpresa por integrantes do Palácio do Planalto, a verba foi aprovada pela Casa Civil e será encaminhado para as Forças Armadas — R$ 3,3 serão usados pelo Exército e o restante dividido entre Marinha e Aeronáutica.

O valor será usado para pagar custos de movimentação e alimentação da tropa, que é levada de ônibus até Brasília. A previsão é de que sejam transportados pelotões com representação de todos os comandos, inclusive da Amazônia. Já o deslocamento de blindados é feito em diversos caminhões prancha para não atrapalhar o trânsito no trajeto.

O pedido por recursos para transporte da frota foi feito em um momento em que o Ministério da Defesa se mobiliza por mais recursos para pagar despesas discricionárias e manter recursos direcionados para investimentos de projetos estratégicos das Forças.

O desfile deste ano não terá presença de helicópteros do Exército, pois ainda há aeronaves atuando no Rio Grande do Sul, no combate a queimadas no interior de São Paulo e na Amazônia. Militares afirmam que o custo para o deslocamento de tropa e blindados é alto e que não foi elevado neste ano, tanto que foi aprovado pelo Palácio do Planalto.

O tema do desfile será "Democracia e Independência! É o Brasil no Rumo Certo". A parte cívica será dividida em quatro temas: atletas olímpicos, retomada da vacinação, presença do Brasil no G20 e reconstrução do Rio Grande do Sul — o governador Eduardo Leite será convidado para participar.

Entre as instituições que serão homenageadas por atuarem na reconstrução do estado estão militares, bombeiros, Correios, Conab, Força Nacional do SUS, Movimento de Atingidos por Barragens, MTST e MST. Integrantes da Secretaria de Comunicação Social explicam que a ideia é ampliar a participação social no desfile.

As Forças Armadas já mobilizaram 31 atletas de alto rendimento que irão desfilar, entre eles atletas olímpicos como Beatriz Souza, medalha de ouro no judô em Paris. Assim como em 2023, o desfile terá duração de duas horas e tem expectativa de que 30 mil pessoas acompanhem o evento. Mais uma vez, não haverá presença de escolas cívico-militar, por não ser uma política incentivada pelo governo Lula.

Para que um público maior possa acompanhar das arquibancadas, a estrutura será montada em um espaço maior, que irá até o Teatro Nacional de Brasília, um trecho 900 metros mais longo que a estrutura erguida no ano passado, que compreendia apenas a extensão da Esplanada do Ministérios.