Cidades
Candidato do PT a prefeito de Rio Largo recebe menos recursos do que candidato a vereador petista em Palmeira, mas mantém candidatura
O PT, o nepotismo e a desigualdade na distribuição de recursos em Alagoas
A recente revelação sobre a distribuição dos recursos do fundo partidário pelo PT em Alagoas expôs as imoralidades e contradições que corroem a ética de um partido que se autoproclama defensor da justiça social.
Silvano Vieira, candidato a prefeito de Rio Largo, a terceira maior cidade de Alagoas, foi deixado à própria sorte com um recurso irrisório de apenas R$ 20 mil, destinado a cobrir toda a sua campanha eleitoral. Este valor, que mal seria suficiente para financiar a candidatura a síndico de um prédio, foi disponibilizado em uma cidade onde o poderio econômico de figuras como Gilberto Gonçalves domina o cenário político.
Enquanto Silvano Vieira luta com uma campanha de recursos escassos, tendo que "fazer milagres", o nepotismo e o apadrinhamento político florescem em outra parte do estado. Em Palmeira dos Índios, quarta maior cidade de Alagoas, Aníbal Duarte, candidato a vereador e filho do presidente municipal do PT, Pedro Paulo Duarte, recebeu sozinho mais recursos do que Silvano. Este contraste gritante revela a face obscura da política partidária, onde a meritocracia é deixada de lado em favor dos interesses familiares e do apadrinhamento.
É uma afronta à própria base do partido, que vê seus ideais de igualdade e justiça serem desrespeitados. O caso de Rio Largo é emblemático: Silvano, com sua candidatura "puro sangue" do PT, enfrenta o desafio de competir com outros cinco candidatos, todos apoiados por forças políticas e econômicas poderosas, enquanto o partido que deveria apoiá-lo vira as costas. A mensagem que fica é clara: a lealdade ao partido não é recompensada, a menos que você tenha as conexões certas.
Esse episódio lamentável levanta questões sérias sobre a gestão e a distribuição dos recursos partidários, expondo a hipocrisia de um partido que, em teoria, deveria defender os interesses dos menos favorecidos. Em vez disso, privilegia aqueles que já estão próximos do poder, perpetuando um ciclo de desigualdade e injustiça.
O que aconteceu em Rio Largo é um reflexo de um sistema político falido, onde o nepotismo e o apadrinhamento continuam a reinar, mesmo em partidos que se dizem progressistas. O futuro do PT em Alagoas depende de sua capacidade de corrigir esses erros e se reconectar com os princípios que uma vez o guiaram. Caso contrário, sua base de apoio pode continuar a se desintegrar, e a voz dos verdadeiros defensores da justiça social, como Silvano Vieira, será silenciada.
Nota Oficial do PT de Alagoas
Esclarecimento sobre a Distribuição dos Recursos Partidários
O Partido dos Trabalhadores (PT) de Alagoas vem a público esclarecer as informações que têm circulado na imprensa sobre a distribuição dos recursos do fundo partidário, especialmente no que se refere às campanhas em Rio Largo e Palmeira dos Índios.
Dando luz aos fatos, em reunião realizada no dia 26 de agosto de 2024, a Executiva do PT de Alagoas aprovou critérios específicos para a distribuição dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) para os municípios com menos de 100 mil eleitores. Seguindo a orientação da Direção Nacional, foram estabelecidas três grupos para guiar os montantes repassados:
- G1: Candidatos à reeleição.
- G2: Suplentes do último pleito e candidaturas de alta competitividade.
- G3: Demais candidaturas competitivas.
O candidato a vereador em Palmeira dos Índios, Aníbal Duarte, foi classificado no Grupo G2, que inclui suplentes do último pleito e candidaturas de alta competitividade. Como estabelecido pelos critérios aprovados pela Executiva Estadual, as candidaturas masculinas do G2 recebem R$ 8 mil, enquanto as femininas recebem R$ 10 mil.
O que ocorreu, no entanto, foi um mal-entendido gerado por uma inconsistência bancária. A primeira transferência de R$ 8 mil para Aníbal Duarte foi estornada devido a problemas na conta bancária informada. Posteriormente, o valor foi relançado corretamente, seguindo o procedimento padrão e informado ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Esta situação gerou interpretações equivocadas sobre a distribuição dos recursos, que não condizem com os fatos quando alegam que o candidato teria recebido R$ 16 mil, somando os dois lançamentos de R$ 8 mil.
Quanto ao candidato a prefeito de Rio Largo, Silvano Vieira, ele foi enquadrado no Grupo G3 e recebeu o valor de R$ 20 mil, conforme deliberado para as candidaturas majoritárias desse grupo. Portanto, qualquer comparação que sugira disparidade de tratamento entre os candidatos está baseada em uma interpretação errônea e desinformada dos fatos.
Nota da Redação
O PT responde de forma deliberada e equivocada quanto ao montante repassado ao candidato a vereador Anibal Duarte. Conforme o portal Divulgacand do TSE, consta na prestação de contas do candidato o repasse de R$16 mil conforme tela de printscreen abaixo.
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