Política

Em palanque adversário ao PL em BH, Zema nega divergências com Bolsonaro e se coloca para 2026

Governador de Minas disse já ter produzido programa eleitoral ao lado de Mauro Tramonte

Agência O Globo - 04/09/2024
Em palanque adversário ao PL em BH, Zema nega divergências com Bolsonaro e se coloca para 2026
Romeu Zema - Foto: Instagram - @romeuzemaoficial

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), negou qualquer impasse com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que tenha sido ocasionado pelas eleições municipais de Belo Horizonte (MG). O gestor estadual vem sendo alvo de críticas de bolsonaristas por ter escolhido apoiar o deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos), em vez de Bruno Engler (Republicanos).

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— Não atrapalhou de forma alguma (minha relação com Bolsonaro). Temos várias alianças entre o PL e o Novo em Minas Gerais. A situação está pacificada, a política funciona desta maneira — disse o governador.

Sobre seu candidato, Mauro Tramonte, o governador revelou já ter gravado seu programa eleitoral e confirmou que estará nas ruas com ele, em breve. Ele aproveitou ainda para elogiar sua ex-secretária de Planejamento, Luísa Barreto, vice da chapa encabeçada pelo Republicanos.

Separados em 2024 na capital mineira, Zema voltou a se colocar enquanto nome para concorrer ao Palácio do Planalto em 2026.

— Estarei participando ativamente da campanha de 2026, tanto no governo de Minas quanto para a presidência. No caso de presidente, estarei apoiando o mais viável. Pode ser o meu? Pode, mas pode ser outro. Eu quero ajudar nem que seja varrendo as ruas de Brasília que estão com muita sujeira — afirmou, entre risos.

As declarações foram dadas ao GLOBO antes da realização do II Fórum Rio Empreendedor, realizado pela Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ). O governador está na capital fluminense desde terça-feira para participar de agendas com lideranças do Novo.

Bloqueio do X

Após seu vice, Professor Mateus Simões (Novo), ter divulgado que usou VPN para publicar no X, Zema criticou a suspensão da plataforma e defendeu a retomada o quanto antes.

— Sou completamente contrário a qualquer meio de comunicação ter sua operação tolhida, onde isso ocorre no mundo são em países autoritários. Vejo como uma luz amarela e espero que seja revisto o quanto antes — afirmou.

A suspensão do X ocorre após a rede social ter descumprido uma ordem da Supremo Tribunal Federal (STF) para indicar um representante legal no país.

Em sua decisão, o ministro Alexandre de Moraes citou dispositivos do Marco Civil da Internet, que prevê a suspensão temporária das atividades de plataformas que, entre outros atos, não respeitarem a legislação brasileira e o sigilo das comunicações privadas e dos registros.

Na madrugada de sábado, Simões postou mensagem (divulgada também em suas outras redes sociais) questionando o que chamou de “censura”. O uso do VPN para acessar o X também está proibido no país, sob multa de R$ 50 mil.