Na busca por uma saúde mais inclusiva e acessível em Alagoas, o projeto de iniciação científica "Cartilha Informativa sobre a Rede de Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência", coordenado por Amanda Cavalcante de Macedo, professora da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), conta com a participação das alunas de enfermagem Alicia Almeida e Nathallya Lima. 

A iniciativa visa mapear os serviços de saúde especializados no estado. Em entrevista, a coordenadora detalha os principais objetivos da iniciativa, o impacto esperado para as pessoas com deficiência e suas famílias, além de discutir parcerias e eventos futuros que podem fortalecer ainda mais o alcance do projeto. Confira a seguir como a cartilha se alinha ao compromisso com a equidade no acesso aos serviços de saúde. 

Quais são os principais objetivos e resultados esperados do projeto?

O principal objetivo do projeto é informar e educar a população sobre os pontos da Rede de Atenção à Saúde que atendem pessoas com deficiência em Alagoas, promovendo o acesso aos serviços de saúde de forma equitativa e consciente. Esperamos que o projeto melhore o acesso aos serviços pelas pessoas com deficiência, resultando em um aumento na utilização adequada dos recursos de saúde, além de contribuir para a conscientização sobre os direitos dessa população. 

Como o projeto se alinha ao tema da campanha "Um Passo para a Equidade"?

O projeto está diretamente alinhado ao tema, pois busca promover a equidade no acesso aos serviços de saúde para pessoas com deficiência em Alagoas, seja deficiência física/motora, deficiência visual, deficiência auditiva, deficiência intelectual ou deficiência múltipla. Ao desenvolver uma cartilha informativa que mapeia a Rede de Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência no estado, visamos facilitar o acesso aos serviços de forma consciente e inclusiva. Nosso objetivo é disponibilizar às pessoas com deficiência, seus cuidadores e familiares, informações sobre os serviços disponíveis, promovendo a inclusão social e o uso mais adequado do sistema de saúde. 

Quais são os principais beneficiários diretos do projeto e como eles são impactados?

Os principais beneficiários são as pessoas com deficiência que residem em Alagoas, além de seus cuidadores e familiares. Eles são impactados pela possibilidade de conhecer melhor os serviços de saúde disponíveis no estado que podem atender suas necessidades específicas, o que aumenta a inclusão, melhora o acesso e a qualidade do atendimento recebido. Dentre os serviços descritos na cartilha, destacam-se os Centros Especializados em Reabilitação (CER) e demais serviços que atendem à pessoa com deficiência auditiva, deficiência motora/física, deficiência intelectual, deficiência visual e deficiência múltipla.

Como a equipe do projeto pretende aplicar os resultados obtidos? Existe alguma parceria com instituições públicas de saúde ou políticas públicas em vista?

Pretendemos aplicar os resultados com a divulgação/distribuição da cartilha. Será estabelecido diálogo com a Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau) para formalizar parcerias que possam expandir a divulgação da cartilha. Também estamos buscando parcerias com organizações não governamentais que atuam com pessoas com deficiência.

Há alguma ação ou evento programado pelo projeto?

Temos planos de realizar eventos de lançamento da cartilha, tanto online quanto presenciais, em parceria com a Sesau/AL e associações de pessoas com deficiência. Além disso, pretendemos realizar oficinas de conscientização em comunidades, onde a cartilha será apresentada como um recurso educativo. Mas ainda está em fase de planejamento, sem data prevista.

Como a cartilha foi desenvolvida? Quais informações ela traz para a comunidade?

A cartilha foi desenvolvida no ciclo 2023-2024 da iniciação científica, em colaboração com estudantes de Enfermagem e um estudante do ensino médio de escola pública de Maceió, através do PIBIC-EM. Ela traz um mapeamento e descrição dos serviços de saúde especializados para pessoas com deficiência em Alagoas, com informações sobre como acessar esses serviços. Os critérios para definir o conteúdo foram baseados na relevância dos serviços para o público-alvo, acessibilidade das informações e conformidade com as legislações de saúde e direitos das pessoas com deficiência.

A cartilha já está sendo distribuída? Quais são os canais de divulgação?

A cartilha está em fase de revisão e será distribuída digitalmente através de sites oficiais da Uncisal e da Sesau/AL, redes sociais, e grupos de apoio a pessoas com deficiência. Além disso, caso consigamos apoio para impressão, planejamos versões impressas/físicas para distribuição em centros de saúde e eventos comunitários.

Quais foram os maiores desafios encontrados até o momento?

Um dos maiores desafios foi mapear de forma abrangente os serviços disponíveis no estado e garantir que as informações fossem atualizadas e acessíveis para diferentes públicos. O processo de diagramação da cartilha tem sido desafiador, considerando que precisa ter uma linguagem de fácil compreensão e ser esteticamente atrativa. Outro desafio também será o processo de validação pelo qual a cartilha deverá passar antes de ser compartilhada com a comunidade em geral. Estamos prevendo também o enfrentamento de desafios logísticos na disseminação das informações em comunidades mais distantes ou com menos acesso à internet. 

Um Passo para a Equidade

A Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) promove em setembro a campanha "Um Passo para a Equidade", que reforça a importância da inclusão e acessibilidade no sistema de saúde pública. Com o subtema "Por uma saúde pública mais inclusiva e acessível para todos", a campanha busca sensibilizar e promover a equidade nas práticas de saúde, garantindo que todos os cidadãos, independentemente de suas condições físicas, sociais ou culturais, tenham acesso a cuidados de qualidade.