Internacional
GNL pode ser a moeda de troca ideal contra o protecionismo comercial entre EUA-UE, diz mídia
Ante o provável aumento de tarifas sobre importações da próxima gestão Trump, as exportações de gás natural liquefeito (GNL) dos EUA para a Europa podem ser a moeda de troca para um acordo entre Bruxelas e Washington que garantiria a energia para o invern
Desde o início da operação militar especial russa na Ucrânia, o Ocidente tem feito todos os esforços para diversificar suas fontes de aquisição de energia uma vez que sancionou a energia barata e confiável russa, favorecendo o mercado norte-americano com compras caras e preços voláteis, que já registram alta em função da proximidade do inverno (Hemisfério Norte).
Autoridades europeias apostam no aumento das importações de GNL dos EUA para tentar estabelecer canais de contato com o futuro governo de Donald Trump sobre o déficit comercial que pode vir a enfrentar em função de uma política protecionista anunciada pelo futuro mandatário.
O GNL dos EUA pode ser o principal beneficiário das negociações comerciais entre Washington e Bruxelas, de acordo com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que disse pretender aumentar as importações do país. Segundo ela, essa seria uma oportunidade para discutir o déficit comercial entre o bloco e os EUA.
Segundo a apuração do Financial Times, os preços das ações das empresas de GNL nos EUA — já o maior fornecedor do mundo — dispararam na semana passada impulsionados não apenas pela procura, mas por uma postura dos aliados europeus de Washington.
Enquanto o mercado espera um aumento de preços estimulado pela demanda que nesta época do ano tende a aumentar, empresas norte-americanas do setor estão satisfeitas com os resultados obtidos e já anunciam a disposição para abastecer os mercados europeus.
"Estamos ansiosos para trabalhar com o novo governo Trump para consolidar o papel [dos Estados Unidos] da América como o principal fornecedor mundial de gás natural liquefeito limpo", disse Michael Sabel, presidente-executivo da Venture Global, uma desenvolvedora de GNL dos EUA, segundo a apuração.
O que ainda está fora do cálculo, no entanto, é a volatilidade dos preços e outros players do mercado, como os países asiáticos que costumam ser compradores vorazes de GNL.
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