Brasil
Mídia: defesa de Bolsonaro tenta transferir a militares a responsabilidade sobre plano golpista
Em entrevista, advogado de Jair Bolsonaro diz que o ex-presidente não seria o maior beneficiário da trama golpista e sugere que ele poderia ser traído por integrantes das Forças Armadas, incluindo seus aliados mais próximo.
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro vem adotando uma estratégia que consiste em transferir a militares a responsabilidade sobre o plano de golpe de Estado descoberto em investigação da Polícia Federal (PF).
Segundo noticiou o jornal O Globo, em entrevista à GloboNews, Paulo Amador da Cunha Bueno, advogado de Bolsonaro, afirmou que o ex-presidente não se beneficiaria da trama golpista, mas sim a junta que seria criada após o golpe.
"Quem seria beneficiado seria uma junta que seria criada após a operação Punhal Verde Amarelo. E nessa junta não estava incluído o Bolsonaro. O que está escrito no arquivo não beneficia o meu cliente. Quem iria assumir o governo em dando certo esse plano terrível, que nem na Venezuela chegaria a acontecer, não seria o Bolsonaro, seria aquele grupo", afirmou Bueno.
Na entrevista ele sugeriu ainda que Bolsonaro poderia ser traído por membros das Forças Armadas, incluindo dois de seus aliados mais próximos, os generais da reserva Augusto Heleno e Walter Braga Netto, respectivamente, ex-ministros do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e da Defesa. Ambos estão entre os apontados pela investigação como partícipes da trama de golpe.
Ainda segundo o jornal, a estratégia da defesa de Bolsonaro também inclui reconhecer que o ex-presidente sabia que havia tramas golpistas, mas que não concordava com elas, conforme apontou Bueno na entrevista.
"É crível que as pessoas o abordassem com todo tipo de proposta. E é fato que ele não aderiu", disse o advogado.
Bolsonaro é apontado pelo relatório da PF sobre o caso como um dos que "planejou, atuou e teve domínio" do plano golpista, que incluía o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Por Sputinik Brasil
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