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Ultranacionalista Jordan Bardella aparece como favorito para cargo de primeiro-ministro francês

A Assembleia Nacional francesa aprovou nesta quarta-feira (4) uma moção de desconfiança no primeiro-ministro Michel Barnier, que deve renunciar ao cargo. Pesquisas realizadas pela mídia francesa apontam que Jordan Bardella, presidente do Reagrupamento Nac

04/12/2024
Ultranacionalista Jordan Bardella aparece como favorito para cargo de primeiro-ministro francês
Foto: © AP Photo / Thomas Padilla

Realizada pelo canal de televisão CNews em conjunto com a estação de rádio Europe 1 e o veículo impresso Le Journal du Dimanche, a candidatura de Jordan Bardella foi apoiada por 15% dos cidadãos entrevistados. Entre os jovens de 18 a 30 anos, Bardella possui 30% de preferência.

Em segundo e terceiro lugares com 5% cada estão o ex-primeiro-ministro Bernard Cazeneuve (Partido Socialista, 2016–2017), que atuou no governo do ex-presidente François Hollande, e a secretária financeira de Paris da gestão de Anne Hidalgo, Lucie Castets.

Afiliada também ao Partido Socialista, Castets foi um dos nomes propostos pela coalização de esquerda Nova Frente Popular (NFP) para o cargo de premiê antes da nomeação impopular do conservador Michel Barnier (Republicanos).

Ao mesmo tempo, 3% dos entrevistados apoiaram a manutenção de Barnier no cargo, e outros 3% querem o retorno de seu antecessor, o centrista Gabriel Attal (Renascimento, fundado pelo presidente Emmanuel Macron). Ambos, contudo, foram ligeiramente ultrapassados pelo atual ministro do Interior do gabinete de Barnier, Bruno Retaillo (Republicanos), que recebeu o apoio de 4% dos entrevistados.

Outros nomes como a ultranacionalista Marine Le Pen, líder parlamentar do Reagrupamento Nacional e filha do fundador do partido Jean-Marie Le Pen, tem o apoio de 2%. Já Jean-Luc Mélenchon, líder do partido de esquerda França Insubmissa, a maior sigla partidária da Assembleia Nacional, conta com 1% de apoio popular.

É esperado que Barnier apresente sua renúncia a Macron às 9h da manhã de quinta-feira, horário local. O voto de desconfiança, apresentado pelo partido de esquerda França Insubmissa, foi apoiado por 331 dos 577 legisladores. Apenas 288 votos eram exigidos eram necessários para dissolver o governo.

Este é o primeiro governo francês a receber a censura do parlamento desde 1962 e, com apenas 90 dias, a gestão com menor duração na história da Quinta República francesa.

França ingovernável?

Depois de um resultado desastroso para sua coalizão centrista Ensemble (Juntos) nas eleições parlamentares europeias, o presidente francês anunciou a dissolução da Assembleia Nacional em 9 de junho deste ano, convocando novas eleições para três semanas depois, 30 de junho.

Realizadas em dois turnos, as eleições parlamentares francesas viram a vitória da coalizão conservadora liderada pelo Reagrupamento Nacional no primeiro turno. Para o segundo, Juntos e Nova Frente Popular se uniram para barrar o avanço do partido de Le Pen.

A manobra, embora vitoriosa, deu lugar a uma Assembleia Nacional fragmentada onde os três principais grupos partidários não chegavam a um consenso para a eleição do novo primeiro-ministro.

A renúncia de Gabriel Attal, feita em 8 de julho, foi aceita por Macron no dia 16 do mesmo mês, mas os parlamentares franceses só elegeram Barnier em setembro após um acordo dos centristas com a coalização conservadora para impedir um governo de esquerda. No entanto, devido a propostas de corte nos gastos sociais do governo, o primeiro-ministro perdeu o apoio do Reagrupamento Nacional.

Por Sputinik Brasil