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Silêncio de Pyongyang sobre lei marcial no sul é sinal de rejeição à unificação, dizem analistas

A ausência de qualquer menção na mídia da República Popular Democrática da Coreia sobre a situação da tentativa de impor lei marcial na República da Coreia se deve principalmente à rejeição de Pyongyang à ideia de unificar ambas repúblicas, afirmaram espe

05/12/2024
Silêncio de Pyongyang sobre lei marcial no sul é sinal de rejeição à unificação, dizem analistas
Foto: © Sputnik / Vitaly Ankov / Acessar o banco de imagens

A pesquisadora visitante do Instituto de Estudos do Extremo Oriente da Universidade de Kyungnam, Park So-hye que na história da República da Coreia houve muitas situações em que as autoridades introduziram a lei marcial, e a RPDC, esperando o colapso da soberania no Sul, esperava usar isso para implementar seus planos de unificar as Coreias.

No entanto, agora a situação mudou drasticamente disse Park So-hye à Sputnik.

"Desde que o Norte anunciou uma 'política de coexistência de dois estados', eles não têm razão [para reagir] porque dizem que não vão se unificar. Então agora eles estão um pouco mais cautelosos."

Ao mesmo tempo, de acordo com a especialista, é improvável que Pyongyang ignore completamente esse episódio. Ainda haverá uma reação, e portanto as autoridades da RPDV estão ocupadas elaborando a lógica de apresentação dessas informações.

Kim Dong-yup, professor associado da Universidade de Estudos Norte-Coreanos de Seul, também disse à Sputnik que Pyongyang provavelmente simplesmente não vê sentido em se associar ao que está acontecendo em Seul.

Em sua opinião, A RPDC está mais preocupada que as autoridades sul-coreanas possam tentar tomar alguma ação contra o norte para tirar o foco da situação atual.

"Muito provavelmente, o Norte se comportará com extrema contenção. Mas se o Sul cruzar um certo limite, então eles não serão capazes de não reagir", destacou o especialista.

De acordo com a agência de notícias Yonhap, a mídia norte-coreana, que anteriormente criticava regularmente o presidente Yoon Seok-yeol, não cobriu a situação com sua tentativa de impor lei marcial.

No entanto, quando o Tribunal Constitucional da República da Coreia anunciou a remoção da presidente Park Geun-hye do cargo em março de 2017, a KCNA e a Televisão Central Coreana relataram isso apenas duas horas depois.

Um representante do Ministério da Unificação da Coreia do Sul disse à agência a esse respeito que houve casos anteriores em que a RPDC não demonstrou uma reação a eventos políticos domésticos sérios na República da Coreia, lembrando que Pyongyang não deu muita importância aos comícios em outubro de 2016, que eventualmente levaram ao impeachment de Park Geun-hye.

E até mesmo a decisão do Tribunal Constitucional de rejeitar o impeachment da presidente Roh Moo-hyun em maio de 2004 foi relatada pela KCNA apenas dois dias depois.

O presidente sul-coreano Yoon Seok-yol declarou lei marcial na quarta-feira à noite "para expurgar as forças pró-norte-coreanas e manter a ordem constitucional liberal".

A decisão foi tomada depois que o Partido Democrata da oposição apoiou um projeto de lei de corte de orçamento no comitê de orçamento parlamentar e entrou com moções de impeachment contra o auditor estadual e o procurador-geral. Yoon Seok-yol disse que tentativas de remover vários oficiais de alto escalão do poder ameaçam paralisar o seu governo.

Forças do Exército foram enviadas ao parlamento do país para bloquear a entrada de deputados, mas a Assembleia Nacional da Coreia do Sul ainda conseguiu se reunir e votou para suspender a lei marcial. Dos 300 deputados do Legislativo, 190 estavam presentes na reunião e apoiaram unanimemente o fim da lei marcial.

De acordo com a Constituição da República da Coreia, o presidente é obrigado a suspender a lei marcial no país após o parlamento votar contra por uma maioria de votos.

Mais de três horas após a votação, o presidente prometeu suspender a lei marcial. Pouco depois, a decisão de suspendê-la foi formalizada em uma reunião de gabinete. O comando criado para impor a lei marcial foi dissolvido, e o pessoal militar convocado para o parlamento também foi recolhido.

A oposição sul-coreana afirmou que apresentará acusações de golpe contra o presidente, o ministro da Defesa Kim Yong-hyun, o ministro do Interior e Segurança Lee Sang-min e outros participantes militares e policiais importantes.

Os partidos de oposição também apresentaram pedidos de impeachment contra o presidente e o ministro da defesa, com uma votação esperada para 6 e 7 de dezembro. Para remover o presidente do cargo são necessários 200 dos 300 votos no parlamento.

Isso significa que a oposição precisará do apoio de pelo menos 18 legisladores do partido governante, Poder Popular. Pelas assinaturas no pedido de impeachment, eles contam com o apoio de pelo menos 10 membros do PPP.

Por Sputinik Brasil

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