Internacional
Grande Israel? Netanyahu aprova plano de colonização das Colinas de Golã
O governo do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu aprovou por unanimidade um plano para o desenvolvimento das Colinas de Golã, incluindo o fortalecimento de assentamentos locais e a duplicação da população na região, relatou o gabinete do prime
"O governo aprovou por unanimidade o plano do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para promover o crescimento demográfico nos assentamentos nas Colinas de Golã e Katzrin, com um orçamento total de mais de 40 milhões de shekels [R$ 67 milhões]", dizia a declaração.
O gabinete também disse que, à luz do conflito em andamento e da recente abertura de uma nova frente na Síria, Netanyahu havia submetido a primeira emenda ao seu plano para promover o crescimento demográfico no Golã devido ao "desejo de dobrar a população das Colinas de Golã".
O plano para desenvolver as Colinas de Golã inclui iniciativas nas áreas de educação, energia renovável e o estabelecimento de uma vila estudantil. Também inclui um programa de desenvolvimento organizacional projetado para auxiliar o Conselho Regional de Golã a receber novos moradores.
"O fortalecimento das Colinas de Golã é essencial para a segurança e estabilidade do Estado de Israel. É especialmente importante na situação atual. Continuaremos a manter, desenvolver e colonizar a área", disse Netanyahu, conforme citado pelo gabinete.
Anteriormente, o primeiro-ministro declarou que as Colinas de Golã permanecerão para sempre como parte integrante de Israel.
Retorno à doutrina de Grande Israel?
As recentes invasões israelenses da Faixa de Gaza, Líbano e agora Síria não só aumentaram as tensões regionais, mas também reacenderam os debates sobre as ambições territoriais de Israel, em especial, à doutrina de Grande Israel.
Grande Israel é um conceito que deriva da descrição da Terra de Israel apresentada na Torá, texto religioso judaico.
Com base em sua descrição, os limites da Terra bíblica de Israel — a terra prometida ao povo judeu por Deus, de acordo com os textos religiosos judaicos — se estendiam do Eufrates ao "rio no Egito", comumente interpretado como uma referência ao Nilo.
Esta região, portanto, inclui não apenas o Israel moderno, mas também partes do Líbano moderno, Síria, Jordânia e Iraque, sem mencionar a Faixa de Gaza e a Cisjordânia.
Em 1967, o Movimento para o Grande Israel foi formado em Israel logo após este último tomar as Colinas de Golã, a Cisjordânia, a península do Sinai e a Faixa de Gaza durante a Guerra dos Seis Dias.
Anos depois, o atual ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, insistiu em uma entrevista para o documentário "In Israel: Ministers of Chaos" (Israel, Ministros do Caos em tradução livre, lançado em 2024) que "o futuro de Jerusalém é se expandir para Damasco".
Em setembro de 2024, o The Jerusalem Post publicou um artigo intitulado "O Líbano faz parte do território prometido por Israel?", que gerou acusações de promover o expansionismo israelense e desde então foi excluído do site do jornal.
À luz das circunstâncias descritas acima, não é de se surpreender que várias teorias relacionadas a Grande Israel tenham surgido. No entanto, as alegações são rejeitadas pela nação hebraica.
Para justificar o fortalecimento da presença israelense nas Colinas de Golã, Netanyahu afirmou que o acordo alcançado logo após a Guerra do Yom Kippur de 1973 (também conhecida como Guerra do Ramadã) não era mais válido porque as forças sírias haviam deixado suas posições.
Por Sputinik Brasil
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