Brasil
Nova descoberta revela, pela primeira vez, face de dinossauro brasileiro conhecido há 25 anos
Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) publicaram pela primeira vez, nesta semana, um estudo com imagens da face do fóssil escavado em Santa Maria, Rio Grade do Sul (RS), há 25 anos, no periódico britânico Zoological Journal of the Li
Apesar de boa parte do esqueleto fóssil ter sido preservada, a região facial não foi recuperada. Com uma nova descoberta anunciada por pesquisadores da UFSM.
Os fósseis estudados foram escavados em 2018 no sítio fossilífero Cerro da Alemoa, localizado em Santa Maria, e passaram por um minucioso processo de limpeza, que envolve a remoção da rocha que reveste os fósseis.
Essa etapa revelou a presença de três indivíduos, sendo que um deles preservou o crânio quase completo.
"Ao observar a anatomia dos ossos que compõem a face do dinossauro, os pesquisadores ficaram surpresos com sua morfologia delicada e grácil. Assim, carinhosamente apelidaram o espécime de 'Gracinha"".
Os pesquisadores esclareceram que o primeiro dinossauro brasileiro foi descoberto em Santa Maria em 1936, mas só foi oficialmente descrito em 1970, recebendo o nome de Staurikosaurus pricei.
Quase três décadas depois, em 1999, um novo dinossauro foi anunciado para o município. Recebido com grande entusiasmo pela comunidade científica, o réptil foi batizado de Saturnalia tupiniquim.
Com base nas dimensões dos fósseis, foi possível determinar que eles pertenceram a dinossauros com aproximadamente 1,50 metros de comprimento. A ocorrência de características únicas permitiu atribuí-los a espécie Saturnalia tupiniquim. Diante dessa constatação, a descoberta de materiais cranianos trouxe à tona uma série de novos dados a respeito do dinossauro.
Com cerca de 230 milhões de anos, ele se destacou por ser um dos dinossauros mais antigos já conhecidos no mundo.

A espécie teria um crânio relativamente curto e afunilado, com dentes em forma de punhal e munidos de serrilhas. Essas características são típicas de animais carnívoros.
Essa característica, juntamente com sua dentição carnívora, pode ter ajudado a espécie a realizar movimentos rápidos com a cabeça para capturar presas, de acordo com o estudo.
A curiosidade, aponta a pesquisa, é que a espécie pertence à linhagem de dinossauros conhecidos por seu tamanho gigantesco, pescoço longo e dieta herbívora.
A explicação é que Saturnalia tupiniquim foi um membro muito primitivo dessa linhagem, mantendo uma dieta carnívora e um tamanho corporal reduzido, características comuns aos seus ancestrais.
Uma espera de 25 anos
Com base nos poucos ossos cranianos descritos em 1999, pesquisadores sugeriram que a espécie teria um crânio pequeno em comparação com outros dinossauros de idade similar. Essa característica ajudaria a agrupar Saturnalia tupiniquim com dinossauros gigantes e herbívoros.
Novas estimativas publicadas em 2019, baseadas em tomografias dos materiais recuperados em 1999, deram mais respaldo a essa hipótese e a recente descoberta a confirmou.
Fim das pesquisas?
Paleontólogos destacaram que ainda há muito a ser descoberto sobre esse dinossauro.
Novas pesquisas estão em andamento, envolvendo mais fósseis e diferentes abordagens, com o objetivo de desvendar outros aspectos da vida dessa criatura que habitou a região central do Rio Grande do Sul há 230 milhões de anos.
Com essas investigações, espera-se compreender melhor o desenvolvimento desse dinossauro, seu comportamento e as interações com os outros organismos que coexistiram com ele em seus ecossistemas.
Por Sputinik Brasil
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