Brasil
Dólar fecha a R$ 6,26 e atinge maior valor da história; Haddad não descarta 'ataque especulativo'
Em mais um dia de forte alta, o dólar atingiu a maior cotação da história nesta quarta-feira (18) e fechou o dia no valor recorde de R$ 6,26 em meio a pressão do mercado pelo pacote de corte de gastos públicos anunciado pelo governo federal que está em di
No ano, a moeda norte-americana já acumulou alta de quase 30% e só nesta semana a valorização é de 3,85%. Apesar do indicador, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse mais cedo que a cotação deve se acomodar em breve e lembrou que o câmbio é flutuante. Além disso, Haddad também não descartou um ataque especulativo do mercado para a desvalorização do real.
"Nós temos um câmbio flutuante e, neste momento em que as coisas estão pendentes, tem um clima de incerteza que faz o câmbio flutuar. Mas eu acredito que ele vai se acomodar [...]. Até aqui, nas conversas com as grandes instituições, as previsões são melhores do que os especuladores estão fazendo. Mas, enfim, o câmbio flutua", declarou ao conversar com jornalistas após uma reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
O texto que traz as medidas propostas pelo governo para reduzir os gastos públicos começou a ser discutido no Congresso Nacional nesta semana. "Há contatos conosco falando em especulação, inclusive jornalistas respeitáveis falando nisso. Prefiro trabalhar com os fundamentos mostrando a consistência do que estamos fazendo. Pode estar havendo [especulação], mas não estou aqui querendo fazer juízo sobre isso. Esses movimentos mais especulativos são coibidos com intervenção do Tesouro e do Banco Central", acrescentou.
A expectativa do governo é que as propostas sejam aprovadas pela Câmara dos Deputados até a próxima quinta (19) e votadas no Senado na sexta (20). "Não são de grande monta [as desidratações]. Estamos confiantes de que não vai haver desidratação pelas conversas mantidas nesses dias de segunda para cá. Passamos três dias conversando com todo mundo, há aqui ou ali uma resistência ou outra, mas a princípio, eu acredito que a escala da contenção de gastos será mantida", pontuou.
Cortes devem alcançar R$ 70 bilhões até 2026
O ponto central do pacote é o corte de gastos de R$ 70 bilhões em 2025 e 2026, resultado de uma série de medidas que incluem a limitação para o crescimento do salário mínimo, restrição para o abono salarial e um aumento nos impostos dos chamados super-ricos.
No fim de novembro, o governo anunciou um bloqueio de R$ 6 bilhões no orçamento deste ano, totalizando R$ 19,3 bilhões já bloqueados nos últimos meses para tentar compensar o avanço das despesas obrigatórias, como gastos com a previdência.
Por Sputinik Brasil
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