A prefeita Luiza Júlia, recém-diplomada, prepara-se para assumir a administração de Palmeira dos Índios a partir de 1º de janeiro de 2025, enfrentando um cenário desafiador deixado pelo seu sobrinho, o atual prefeito Julio Cezar. Conhecido como "prefeito-imperador", Julio encerra seu mandato em 31 de dezembro deixando uma máquina pública inflada com 24 secretarias ou órgãos equivalentes, muitas delas apontadas como cabides de emprego para aliados políticos e parentes de vereadores.

De austeridade à desenfreada expansão administrativa

Quando assumiu o cargo em 2017, Julio Cezar prometia austeridade e o enxugamento da máquina pública. No entanto, sucumbiu às "tentações podres do poder", conforme descrevem críticos, ampliando a estrutura administrativa para níveis considerados insustentáveis. Palmeira dos Índios, que ocupa a quarta posição no ranking de municípios de Alagoas e possui 73 mil habitantes, enfrenta um cenário econômico adverso, com comércio em declínio, ausência de indústrias e desemprego alarmante.

Uma máquina inchada

A atual estrutura administrativa conta com 24 pastas, algumas acumuladas por um mesmo gestor. Entre os cargos estão: Secretaria de Agricultura, Secretaria de Assistência Social, Secretaria de Cultura, Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Turismo, Secretaria de Desenvolvimento da Infraestrutura Urbana e Rural, Secretaria de Educação, Secretaria da Fazenda, Secretaria de Gestão Pública e Patrimônio, Secretaria de Infraestrutura, Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Secretaria de Planejamento, Secretaria de Saúde, Secretaria de Serviços Públicos e Convívio Urbano, Secretaria Executiva de Serviços Públicos, Secretaria de Proteção e Defesa Civil, Secretaria de Desenvolvimento Comunitário, Secretaria de Recursos e Fomento, Secretaria de Esportes, Secretaria Municipal da Mulher, Cidadania e Direitos Humanos, Secretaria de Comunicação, Controladoria Geral, Procuradoria Geral do Município, Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) e Palmeira Prev.

A situação é agravada pelo fato de que parte dessas secretarias servem como espaço para abrigar apadrinhados políticos, criando uma estrutura dispendiosa que compromete o orçamento municipal.

Os desafios da nova gestão

Com poucos recursos e alta demanda, Luiza Júlia terá que tomar decisões difíceis. Reduzir o número de secretarias, cortar gastos e reavaliar contratos serão passos fundamentais para ajustar o orçamento e atender às expectativas da população. Para tanto, será necessário enfrentar resistências políticas e lidar com uma base de apoio que, em grande parte, depende da manutenção da estrutura atual.

Um município com grandes demandas

Além dos problemas administrativos, Palmeira dos Índios enfrenta desafios sociais e econômicos. Com um comércio em queda e a falta de investimentos em setores produtivos, o município tem dificuldades em gerar empregos e atrair novos negócios. A herança recebida pela prefeita também inclui altos índices de desemprego e insatisfação popular.

O peso político e econômico da sucessão

A expectativa em torno da gestão de Luiza Júlia é alta. A população aguarda um posicionamento firme diante do "cabide de empregos" herdado e ações que possam reverter o cenário de ineficiência administrativa. O sucesso ou fracasso dessa gestão pode definir os rumos políticos de Palmeira dos Índios nos próximos anos, com possíveis reflexos em eleições futuras.

O que esperar do futuro?

Luiza Júlia enfrentará não apenas os números, mas também o impacto político de sua gestão. A reforma administrativa será essencial para devolver dinamismo ao município. O tempo e as escolhas políticas serão cruciais para definir se a nova prefeita de Palmeira dos Índios conseguirá transformar a crítica herança em uma oportunidade de reconstrução.